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Quando você acha que definitivamente já viu de tudo nos videogames e não tem mais como inovar de nenhum modo, chega um estúdio como o Simogo e lança um jogo como Sayonara Wild Hearts. Já adianto que tentarei ser o mais justo possível nesta análise, sem levar (tanto) em consideração meu gosto musical e fraqueza por psicodelia e luzes neon, mas é muito difícil não se encantar com este título.

Sayonara Wild Hearts sai muito da curva de jogos rítmicos. Ter bons reflexos e apertar os botões no momento exato é essencial, mas ele é muito mais que isso. É um jogo que te integra naquele show de cores e luzes piscantes, música eletrônica e batalhas maravilhosamente coreografadas, exigindo uma grande atenção ao mesmo tempo que te permite contemplar tudo que está sendo transmitido diante dos seus olhos. Que jogo!

Pop! Goes my heart

Sayonara é um jogo musical, com um grande foco no eletropop e seus semelhantes (synth pop, house music etc.), mas também abordando uma mistura bizarra de vários temas como astrologia, tarô e o amor. Tudo parece não fazer sentido algum no começo, mas quando você finalmente liga os pontos e descobre o que está acontecendo, até o título do game passa a ter significado.

Dividido em dezenas de fases, cada uma apresenta uma música diferente com desafios dinâmicos que vão fazer você se sentir nos videoclipes e vinhetas da MTV na virada do século. Os desenvolvedores não pouparam psicodelia e cores fortes no visual, usando e abusando do rosa e roxo que enriquece toda aquela atmosfera carregada de dualidade: meio futurista, meio retro; meio colorida, meio monocromática.

As lutas são de tirar o fôlego!

Nosso objetivo é fazer o maior número de pontos possíveis coletando corações na velocidade da luz e apertando botões no momento exato. No final, sua pontuação é classificada em uma medalha (bronze, prata ou ouro) e pode acreditar que não será nem um pouco fácil tirar ouro em tudo.

Quando eu disse que o jogo é maravilhosamente coreografado, eu não disse que parte dessa coreografia vai depender de você, mas vai. Pegar corações e acertar o timing dos QTE é só o básico, pois para conseguir tirar ouro você precisa ser perfeito, criar sequências de corações insanas e ainda ser ousado o bastante para se arriscar a passar perto de obstáculos e faturar uns pontos extras. É difícil, mas deixa o jogo ainda melhor.

Acertar um obstáculo não te prejudica, você apenas voltará alguns segundos no tempo. A parte ruim é que você interromperá a música, pois ela também volta alguns segundos já que é sincronizada com a fase, e pode acreditar: a trilha sonora é tão boa que você não vai querer interrompê-la em momento algum. Tudo bem que essa afirmação vai mais do gosto musical de quem está jogando, mas com certeza quem curte synth pop vai jogar com o volume da televisão lá no alto.

Expecto Patronum!

Música para os seus ouvidos

O mais incrível desse jogo é que ele não segue o mesmo do início ao fim. Os desafios que enfrentamos em cada fase são dinâmicos e estão sempre mudando para ficar de acordo com o adversário que estamos enfrentando. É simplesmente impossível adivinhar o que virá pela frente, o que instiga ainda mais a continuar jogando. Existe uma fase chamada ‘Universo Paralelo’ que me deixou de queixo caído – esse jogo é uma aula de level design!

 

As fases são tão curtinhas que você mal vê o tempo passando quando está jogando, mas infelizmente Sayonara Wild Hearts é realmente curto e tem uma duração bem abaixo da média. Caso você queira apenas chegar até o final, sem se preocupar com a medalha que tira nas fases, é possível terminá-lo em menos de duas horas.

Crossover com Horizon Chase Turbo!

Felizmente, ainda existem algumas coisinhas que estendem a vida útil do jogo. Ao terminar a campanha uma vez você pode jogar no modo arcade, que é idêntico ao modo história, porém sem pausas entre as músicas, tudo acontece direto e com uma única pontuação. Quem for corajoso o bastante para tirar ouro em todas as fases também libera um modo especial, mas esse é só para os fortes.

Uma adição interessante são os enigmas do zodíaco. Cada signo contará com duas charadas que indicam alguma coisa que você deve fazer no jogo, como uma ação específica em alguma fase, por exemplo. Porém, não é nada muito óbvio de ser deduzido e algumas farão o jogador quebrar a cabeça para descobrir o que é. A parte ruim é que só é motivador resolver todos esses enigmas quando se está jogando no PS4, pois cada um garante um troféu diferente. Quem estiver jogando no Switch não terá uma recompensa que valha todo esse esforço.

Sayonara Wild Hearts é mais um indie obrigatório deste ano. O melhor de tudo é que ele está sendo vendido por um preço muito justo (R$40 no PS4 e R$50 no Switch) em todas as plataformas que está disponível, então não tem nenhuma desculpa para não jogar. Aliás, a narradora deste jogo é ninguém mais ninguém menos que Queen Latifah! Tem como ficar melhor que isso?

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