Skip to main content

Wonder Boy, aquele jogo do moleque das cavernas que usa tanga de folhas, arremessa martelinhos de pedra e anda de skate? Esse mesmo! Criado pela Escape (atualmente conhecida como Westone Bit Entertainment) e lançado para fliperamas pela Sega em 1986, o game deu início a uma franquia conhecida como Monster World (MV). Com o sucesso os ports rolaram solto e, um ano depois, saia Wonder Boy in Monster Land nos fliperamas.

Os que viveram essa época muito provavelmente jogaram o título no Master System. Ou jogou sem saber, anos depois (em 1991), o remake Mônica no Castelo do Dragão. O game brasileiro foi produzido pela Tectoy, com licença para alterar o código e substituir os gráficos e o protagonista pela Mônica. Foi o único remake oficial da franquia e, por incrível que pareça, é muito bem feito e divertido.

Versão do arcade, por favor

Sega Ages Wonder Boy: Monster Land é mais um clássico sendo relançado pela Sega para o Nintendo Switch. No caso a versão original de arcade, com mais cores e um som melhor. Eu nunca tive a chance de jogar tal versão, só mesmo a do Master System, e de certa forma foi uma experiência completamente nova. O trabalho da M2 neste port é incrível, mantendo toda a fidelidade que se espera.

A história segue o desfecho de Wonder Boy, após o protagonista Tom-Tom salvar sua namorada Tanya. Wonder Land vive pacificamente por 11 anos, até o dragão MEKA aparecer e tocar o terror junto de seus minions. Dominado pelos monstros, Wonder Land vira Monster Land e cabe à Tom-Tom, agora um adolescente, salvar a todos. Lhe é dado então uma espada e uma poção para reviver. E um tapinha no ombro, claro.

Imagem do jogo SEGA Ages Wonder Boy: Monster Land
A jornada começa assim, na pobreza, só de cueca branca.

O legal deste game de plataforma é que, mesmo em sua simplicidade, ele oferece um sistema de grinding com equipamentos comprados com o dinheiro que você encontra nas fases. A todo momento você passa por lojinhas que oferecem itens como espadas, armaduras, escudos, botas e armas especiais. Os itens variam de preço e qualidade, indo da armadura comum até a lendária, por exemplo. Quanto às armas especiais, são quatro tipos: bolas de fogo, turbilhão, trovoada e bombas, cada um com uma utilidade e alcance diferente.

Como não é fácil juntar grana pra comprar todos os equipamentos, o jeito é poupar o máximo possível e comprar só os melhores. Felizmente os inimigos derrubam moedas e itens especiais bastante úteis, como a capa da invulnerabilidade, uma luva que dobra sua força e as botas com asas, que o fazem planar no ar. Seus efeitos são temporários, assim como o tempo que você tem pra concluir cada fase: a cada virada da ampulheta, um coração é tirado do seu medidor de vida. Na época do fliperama, era uma forma de evitar que o jogador ficasse ocioso.

Imagem do jogo SEGA Ages Wonder Boy: Monster Land
“The Sphynx says what?” – Wayne’s World

Coquetel ou cerveja?

Sim, tem lojinhas oferecendo coquetel e cerveja para comprar e recuperar vida. Na real, é preciso estar levemente bêbado pra encarar a quantidade e variedade de inimigos, cada vez mais resistentes e à espreita para te matar no menor vacilo. O gameplay é basicão, mas certos pulos nas plataformas se tornam um desafio e tanto, principalmente quando estas são influenciadas pelo peso do herói. As fases, distribuídas em 12 rounds, também escondem vários segredos e armadilhas, aumentando o fator replay. Mas são, sem dúvida alguma, os chefões os que mais darão trabalho aos jogadores. É um mais apelão que o outro.

A versão Sega Ages oferece o modo Arcade com a opção de ligar o Power Up New Game, que lhe garante a melhor espada, armadura e escudo que conseguiu no jogo anterior. A função rebobinar, presente em Alex Kidd in Miracle World e Gain Ground, não está disponível aqui. Felizmente dá pra salvar e carregar a qualquer momento, o que ajuda bastante. Há também o modo Money Hungry, que elimina da campanha um macete da época do fliperama: vibrar rapidamente o joystick pra esquerda e direita na hora de pegar moedas de ouro, aumentando o valor adquirido.

Imagem do jogo SEGA Ages Wonder Boy: Monster Land
Tem horas que nem os melhores equipamentos te salvam.

Por fim há um modo com três desafios: eliminar o chefão Sphinx correndo contra o tempo, mas com poções de reviver infinitas; outro igual, mas contra o dragão MEKA; e um desafio que troca sua espada por bolas de fogo infinitas, também contra o tempo e que o mata com apenas um dano. Os três permitem registrar sua pontuação online, pra disputar com amigos.

Sega Ages Wonder Boy: Monster Land é mais um título recomendado para os jogadores saudosistas. É só uma pena que não tenham adicionado uma opção para trocar a interface do arcade pela do Master System, que eu particularmente gosto mais. Também estranhei o mapeamento do controle no Swith, que força o uso das armas especiais à moda antiga, apertando pra baixo – ao invés de colocar no botão A, que apenas repete o ataque do botão Y. Mas são apenas detalhes, que não tiram a graça deste divertido game das antigas.

Imagem do review de Dicefolk

Review – Dicefolk

Marco AntônioMarco Antônio27/03/2024
Imagem do review de Contra: Operation Galulga

Review – Contra: Operation Galuga

Marco AntônioMarco Antônio26/03/2024