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Se Robin Hood tivesse sido escrito por Michael Bay, seu nome seria Sherwood Extreme, uma obra fictícia de arqueiros e orcs combatendo em inúmeros locais diferentes, seja em cachoeiras, cavernas ou vulcões. Assim como é de se esperar pelo nome, a ação aqui é extrema, contando com mortais de costa, explosões e muitas, mas muitas mortes. No entanto, Sherwood Extreme, tal como explosões, vem com um grande impacto e acaba deixando pouco onde caiu.

Com uma pegada mais voltada para uma diversão estilo arcade, não posso desmentir que senti que o jogo pouco entregou. Claro que os desenvolvedores prometem que mais conteúdo será adicionado. Mas será mesmo sábio já pular de cabeça nesta aventura neste momento?

Flechas por todos os lados

Sherwood Extreme coloca o jogador na pele de literalmente um arqueiro sem nome. Começamos já no primeiro nível, que serve como um nível de introdução e tutorial, onde pegamos uma tirolesa enquanto alvejamos inimigos nas encostas dos barrancos e evitando a queda, afinal, não queremos ser empalados pelos espinhos que permeiam as águas abaixo.

Imagem do review de Sherwood Extreme
Acho que foi a única piada que acabei rindo.

Usando o botão esquerdo do mouse, atiramos e com o direito aumentamos o retículo da mira para disparos mais precisos. Mas no modo de mira, caso o jogador esteja em uma tirolesa ou no ar devido a um pulo, o jogo entrará em slow motion, permitindo uma mira melhor para adicionar pontos extras ao placar e acertar vários headshots. E isso encapsula praticamente todo o gameplay e comandos de Sherwood Extreme.

De acordo com o trailer, o modo multiplayer oferece habilidades e possibilidades diferentes. No entanto, não consegui jogar uma partida online sequer, o que me impede de dizer se isto é real ou não. Mas o grande problema de Sherwood Extreme realmente está na execução do jogo em si, o que é estranho, pois o mesmo é realmente divertido, mas também peca em vários momentos.

O grande problema de Sherwood Extreme é a falta de guias e falta de conteúdo funcional. O jogo possui em torno de cinco níveis, fora um modo de hordas, que vai até onde o jogador conseguir sobreviver. Os outros cinco níveis são extremamente curtos, alguns levando no máximo apenas um minuto ou menos para serem completados. Sherwood Extreme, no entanto, tenta trazer à tona o valor de replay com missões que alteram certos níveis.

Imagem do review de Sherwood Extreme
Muito mais estilo do que conteúdo.

Ao completar certas missões, o correto é esperar uma recompensa, certo? Afinal sidequests em jogos aumentam o valor de conteúdo adicional e replay de um jogo. Mas aqui é bem diferente. Sherwood Extreme possui dois tipos de moedas: ouro e diamantes. Chamados de shinies, os shinies são a moeda comum, e o ouro é uma moeda de micro-transação, criada para adquirir itens mais “interessantes”, como skins, pacotes e apetrechos diferenciados.

Roube dos pobres e dê para os ricos

Com pacotes de até $99,99 dólares (R$523,00), Sherwood Extreme não tem a mínima dificuldade de tentar empurrar ao máximo essa ideia ao jogador, já que em grande parte do tempo, as quests dão pontos para o season pass do jogo! Exatamente, desde antes mesmo de ser lançado, Sherwood Extreme já nos oferece um season pass, bem mixuruca para ser sincero e até insultante em certos aspectos. Quer jogar os trinta níveis gratuitamente? Okay, aqui está sua roupa de bobo da corte e cabeça de galinha, ao invés dessa roupa maneira de pirata!

Imagem do review de Sherwood Extreme
Grande potencial, pouco proveito.

O gameplay também não favorece o jogo. Mesmo com seu modo bullet time, o jogo acaba ficando extremamente chato e repetitivo em menos de 10 minutos, repetindo sempre a mesma fórmula: mate os inimigos, corra pelo mapa até o final e pronto. Os inimigos vivem pulando por algum motivo e mesmo com uma grande diversidade de classes entre eles, sempre espere os mesmos pulando e segurando barris de pólvora.

Assim sendo, não espere muita variedade, mas sim grandes frustações, pois Sherwood Extreme é bem punitivo em várias maneiras injustas. Está na tirolesa? Não pule, ou vai cair sem ter chance de agarrá-la novamente. Não acertou o pixel da corda? Chão então! Ou seja, para os corajosos, esperem runs terríveis na caverna dos cogumelos. Isso sem falar nas quedas terríveis de FPS que o jogo sofre quando há mais de três elementos na tela.

Imagem do review de Sherwood Extreme
O que eu não faço para ter um bom texto e base!

Um dos piores glitches que encontrei até o momento enquanto me aventurava por Sherwood Extreme foi o terrível loop musical, onde o mesmo começo de trilha ficava retornando, como uma fita mastigada. Os visuais simples são até charmosos e apresentam determinados cenários bem legais, que poderiam ter sido explorados de maneira que tornariam este em um dos jogos mais divertidos que joguei.

No entanto, o foco em visual e um falso valor de replay voltado ao season pass tornou a experiência bem amarga. A falta de drop de moeda do jogo, permitindo comprar itens fora do passe, a repetição e falta de conteúdo mostrado no trailer tornaram o jogo uma tarefa para mim. O modo de horda não apresentou nenhum dos bosses, o nível da caverna passa longe de ser interessante como mostrado lá e a queda de frames fala por si. Tal como Robin Hood, Sherwood Extreme irá virar uma lenda no fundo de minha mente.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024