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Muita gente vira a cara quando pensamos em games bancados por campanhas de financiamento coletivo. Eu mesmo tenho um certo preconceito e logo penso que, se realmente a ideia fosse boa, não precisaria ir atrás dessas opções para arrecadar dinheiro. Bom, dessa vez quebrei a cara. Shiness: The Lightning Kingdom não é um jogo indispensável, mas posso dizer que é bastante divertido e desafiador, quebrando todo e qualquer preconceito que eu tinha à respeito.

Ideia simples, execução caprichada

À primeira vista Shiness parece ser bem simples, mas não se deixe enganar. O título é um RPG de ação claramente inspirado em clássicos do gênero e mangás. O título tem um estilo até ingênuo em seus diálogos, assim como alguns dos animes mais infantis e que não trabalham temáticas mais sérias. Todo feito em cel shading, o game possui cores bastante vibrantes e ótimos efeitos visuais.

Os cenários são bem construídos, as cidades são detalhadas, há passagens de cenas como se fossem histórias em quadrinhos… Enfim, uma mistura que se mostrou muito bem executada.

Acho que vai dar merda

Outro aspecto que mereceu bastante atenção da Enigami, produtora francesa responsável pelo jogo, foi a trilha sonora. Ela ajuda muito na ambientação e tem um ar de nostalgia, remetendo de volta às boas lembranças dos consoles das gerações passadas.

Quanto ao enredo, de cara somos apresentados à Chado e Poky, dois aventureiros em busca da chamada “Land of Life”. Mas, no meio do caminho, seu barco voador é atingido por uma tempestade e cai em uma terra desconhecida por eles. Nessa queda ambos se separam e, na tentativa de se reencontrarem, acabam no meio de uma longa guerra. É nesse ponto que a aventura realmente começa. As batalhas em tempo real foram uma boa escolha. Nada de esperar sua vez de atacar: tem que ficar atento ao golpear, usar magias e se defender dos inimigos. Isso me atraiu muito, pois não sou fã de batalhas em turnos.

Espera aí, só quero esmagar sua cabeça!

Combates animados

Como citei acima, todos os combates acontecem em tempo real e em uma área que é delimitada automaticamente no momento que começam. Não dá para fugir: se a porradaria começar, o jogador tem que ficar até o final. Durante as batalhas é possível trocar entre os personagens do seu grupo, desde que ele não esteja sendo atacado. Dessa forma dá para equilibrar bem qual personagem usar em cada inimigo ou chefe, de acordo com suas características e ataques. Além, claro, de ser uma boa oportunidade para recuperar um que tenha sofrido muito dano. Só para constar, o grupo pode ter no máximo três integrantes.

A medida que vamos evoluindo novos golpes vão sendo descobertos, novos combos aparecem e também novas magias, que usam uma essência chamada Shi. Aqui tem outra tirada bem legal. Comentei sobre a barreira que se forma delimitando o campo de batalha, certo? Pois então, os Shi se baseiam nos quatro elementos (água, terra, ar e fogo) e essas barreiras tem sempre um desses elementos em sua composição. Dessa forma é possível usá-las para recarregar sua energia e continuar atacando.

Vou te dar um karatê!

Mais uma sacada bacana foi incluir as habilidades de suporte. Como somente um do grupo fica dentro da arena por vez, é de se imaginar que os outros dois fiquem à toa até que haja a troca. Mas isso não é verdade… Podemos configurar a habilidade de suporte, como cura, por exemplo. Funciona assim: indicamos uma dessas habilidades para cada personagem e ele usa isso na hora que for necessário. A já citada habilidade de cura pode ser “configurada” para entrar em ação quando quem estiver lutando perder 75% da sua energia, isso sem precisarmos fazer nada além da configuração.

Muitos caminhos a serem explorados

Outra coisa que surpreende é a qualidade de missões secundárias. Devo confessar que, em muitos games, as deixo de lado por achar enfadonhas, tediosas ou por simplesmente não acrescentarem nada ao jogo. Mas Shiness conseguiu me convencer a fazê-las. Gostei bastante de sair explorando, conhecendo cada pedaço do mundo e buscando as recompensas dessas missões. Claro que não fiz todas, mas posso dizer que raramente são repetitivas e que realmente vale a pena gastar tempo com isso.

Obviamente existem problemas, pois nada é perfeito no mundo dos videogames. Os menus, por exemplo, são pouco intuitivos e me irritaram bastante. A quantidade de opções é muito grande, parece até que faltavam botões em meu controle. Gastei um bom tempo me acostumando com os menus e mesmo assim, por várias vezes, me perdia e tinha que sair e recomeçar.

balança mas não cai

Outro aspecto negativo é a câmera, que entra em ângulos bizarros com frequência. Quando árvores, placas e outras coisas entram na frente, o combate fica ainda mais difícil. Basta um descuido com a câmera e você morre rapidinho. E por falar em morrer, taí outra frustração: alguns chefes são muito, muito fortes. Faltou um pouco de equilíbrio na criação deles. Por várias vezes tudo que conseguia fazer ao enfrentar um deles era olhar para a tela e assistir ser espancado até morrer, sem conseguir reagir.

Apesar desses pormenores, Shiness: The Lightning Kingdom é realmente uma grata surpresa. Indico principalmente para quem não é muito fã do gênero (como eu), pois na certa irá se divertir por muitas horas.

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