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O português é considerado uma das línguas mais complexas existentes, contando com um leque de aproximadamente 600 mil palavras em seu arsenal linguístico. Esse número expressivo de palavras são utilizadas diariamente para transparecer desde as mais primitivas até as mais complexas emoções que um ser humano pode descrever. Signs of the Sojourner é um jogo que, apesar de conter um protagonista que não fala diretamente, deixa implícito a necessidade de utilizar as palavras da melhor maneira possível, levando em conta sempre as diferentes personalidades existente em cada ser humano.

Não se trata de agradar a todos, mas sim de encaixar a sua personalidade com as pessoas certas. Utilizando de uma mecânica de cartas, esse jogo é uma grande metáfora para o processo de desenvolvimento pessoal e as transformações de um indivíduo. Com uma história dramática de plano de fundo, caberá ao jogador desenvolver a personalidade do personagem e reativar a loja da sua falecida mãe. O mundo é um lugar imenso e a sua cidade depende do seu sucesso para se desenvolver.

O mundo é um moinho

A introdução de Signs of the Sojourner é impecável para descrever o que virá a seguir. Em uma discussão com o seu irmão, a mecânica do jogo é apresentada de uma forma didática através desse flashback. Conforme as cartas se encaixam e a história prossegue, a sua mãe te conta que algumas pessoas possuem diferenças marcantes em suas personalidades, o que pode fazer com que duas pessoas não cheguem a um ponto comum em uma discussão.

Essa ideia de diferentes personalidades é o fator principal do jogo. Conforme a sua jornada começa, você conhecerá várias pessoas diferentes que possuirão itens ou informações de seu interesse. Contudo, para conseguir essas recompensas, o carteado de Signs of the Soujourner se baseia em traços de personalidade, onde cada ponta deverá ser compatível para atingir o melhor final possível de cada interação.

A mecânica das cartas é simples, mas o resultado dependerá das suas escolhas.

Ao final de cada interação, o jogador deverá escolher uma carta nova para ser adicionada e uma carta a ser removida. Essa mecânica é obrigatória e funciona como uma analogia para a transformação na personalidade do personagem. Como cada pessoa possuirá traços de personalidade diferente, será necessário obter as cartas que combinem com os mesmos.

Obviamente, será impossível agradar a todos, e esse é um ponto fundamental por aqui. Escolher a carta a ser mantida e a carta a ser descartada é algo que gerará impactos no longo prazo, então saber quem você quer agradar é fundamental. Certo, já que a opinião dos outros é tão importante assim, o que você recebe em troca quando as personalidades casam? Bom, uma loja não se sustenta sozinha, então nada mais justo que receber presentes ao conversar com estranhos.

O lobo de Sojourner

Manter a loja da sua mãe é o principal objetivo de Signs of the Sojourner. Para isso, o personagem deverá obter produtos viajando entre as cidades que compõem esse universo. O jogador poderá, por exemplo, seguir a caravana que passa em sua cidade natal, tornando a jornada mais fácil.

Cada cidade do mapa terá pessoas com diferentes itens e informações.

Vários caminhos poderão ser feitos, não sendo necessário seguir a caravana para isso. No entanto, o jogador deverá prestar atenção na condição das estradas, pois uma estrada ruim gerará mais cansaço e, por consequência disso, uma carta inútil será adicionada ao seu baralho.

Voltar para a sua cidade natal descansa seu personagem e descarrega seus itens, mas apenas cinco viagens poderão ser realizadas por jogatina. Planejar bem as viagens e saber com quem conversar é essencial para o sucesso de sua loja, portanto as decisões devem ser tomadas com sabedoria. Além disso, eventos aleatórios e missões especiais estarão disponíveis, garantindo mais recompensas e histórias únicas.

Uma boa ideia, mas…

Jogos do estilo de Signs of the Sojourner não são conhecidos pela sua mecânica ou interatividade, o que diferencia esse título no meio dos jogos de novela visual. Contudo, o carteado não é envolvente o suficiente para empolgar os jogador durante muito tempo, caindo na mesmice rapidamente.

O seu baralho possui um tamanho limitado, mas as cartas podem ter habilidades especiais.

Para conseguir se relacionar com todos os personagens, será necessário jogar várias vezes o título para adquirir as cartas certas. Isso adiciona um bom fator de replay, mas não existirão novidades fora da história a cada novo jogo. Lembre-se que o jogo de cartas não se trata de ganhar do seu oponente, mas sim de uma colaboração entre as cartas dos dois para conseguir desbloquear toda a sequencia de conversas.

Signs of the Sojourner é uma bonita metáfora sobre desenvolvimento pessoal e como lidar com diferentes tipos de personalidade, intercalando uma história envolvente com um carteado até que interessante. Contudo, o processo se torna extremamente repetitivo conforme o jogo avança, deixando o jogador apenas pela história. Por mais que as variações de cartas tentem tornar as coisas mais interessantes conforme a história avança, isso não é suficiente para tornar a mecânica do jogo mais interessante.

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