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O laço que une uma mãe que ama verdadeiramente seus filhos é maior do que as forças terrenas, e muitas vezes vemos isto sendo explorado em histórias. Silver Chains é um jogo de terror que explora a fundo este tema de amor fraternal. Uma linda mansão transformada em um local decrépito após um horrível incidente envolvendo uma mulher, seus filhos e uma criada, é novamente descoberta por um jovem acidentado, agora coberta pelo véu empoeirado do tempo.

Ambientado no começo do século XX e com uma boa dose de terror a la P.T. Silent Hills, Silver Chains é uma nova roupagem para a já clássica história da mansão mal-assombrada.

Posso ouvi-los rindo pelas paredes

Começamos o jogo vendo nosso misterioso protagonista sair de dentro de seu carro acidentado. Após andar um pouco, chegamos a uma mansão com seus negros portões de ferro abertos, como se esperassem por nós. Podemos ver que alguém nos observa do segundo andar, porém ao pisarmos no palanque das escadas da porta da frente, desmaiamos. Nosso protagonista já acorda dentro da mansão, em um quarto estranho, onde um recado lhe diz para se dirigir a biblioteca, e é aí que o estranho e o sobrenatural começam a agir.

Imagem do review de Silver Chains
Como na série Silent Hill, tem criaturas se contorcendo de formas bizarras.

Após explorarmos um pouco a mansão, somos encontrados por uma bizarra mulher de longos cabelos desgrenhados e uma fisionomia que se assemelha aos corpos famintos do inferno. A criatura estará sempre presente enquanto avançamos pelo mistério da mansão. Logo descobrimos pelos espíritos do casal de crianças que também está preso na mansão que a aparição é a alma atormentada da mãe delas. Após a vinda do pai das crianças da guerra e da morte do mesmo, fenômenos sobrenaturais tem rondado a mansão e agora resta ao jogador descobrir uma forma de fugir dos fantasmas, marionetes e demônios que assombram este local.

Como dito anteriormente, Silver Chains é um título que se aproxima com uma nova abordagem do já bem explorado gênero “haunted house” de jogos de terror. Mas a sacada aqui é uma expansão a longo prazo do corredor de P.T., ou seja, diferente de The Dark Occult, onde a criatura está sempre em nosso encalço, Silver Chains aposta em um terror mais metódico. Nem sempre a Mãe estará nos perseguindo pelos corredores da mansão, mas a desolação do local e o fato de nunca saber onde ela irá aparecer sempre nos deixa com os cabelos em pé.

O jogador não dispõe de armas para se defender, apenas uma lanterna para iluminar a delapidada mansão e um monóculo mais adiante, que serve para nos dar dicas de onde devemos ir e onde estão itens úteis para a progressão do jogo. Durante a jogatina, somos ajudados pelo casal de irmãos que habitam a mansão, mas sempre que recebemos uma dica deles é muito provável que alguma assombração ou manifestação sobrenatural ocorra em breve. Nestes momentos, correr sem olhar para trás é a melhor alternativa.

Imagem do texto de Silver Chains
Se esconder nem sempre é útil.

O sistema de progressão em Silver Chains se dá através de puzzles e o objetivos que devem ser cumpridos pelos três andares da mansão, como ir a alguma sala, buscar um item específico ou achar o pedaço de alguma alavanca ou chave. Nosso protagonista não possui uma barra de vida ou algo do tipo, ou seja, se as criaturas  que rondam a casa o pegarem, é morte na certa. Além das aparições da Mãe tentando nos matar, ainda existem outros perigos na mansão, além de aparições inofensivas, mas que garantem bons sustos.

A mansão é até relativamente pequena de se explorar, os três andares possuem locações fixas e muitas portas trancadas, mas isso torna as coisas mais assustadoras, pois do nada algumas portas abrem como se explodissem de dentro para fora. Um dos melhores momentos de tensão no jogo é uma cena onde temos um corredor semelhante ao de P.T., extremamente assustador e com a mesma atmosfera tenebrosa. Infelizmente, o jogo é relativamente curto em comparação a outros jogos do gênero.

Imagem do texto de Silver Chains
O monóculo mostra apenas uma pista. Solucionar o puzzle ainda é conosco.

Saia desta casa

Criado através da Unreal Engine 4, Silver Chains é extremamente belo, e o trabalho de se criar um lugar abandonado e com um ar assombrado foi certeiro. Os gráficos são polidos e a atmosfera é constante. Mesmo quando os habitantes sobrenaturais não estão em nosso encalço, ainda assim é possível sentir aquele suor frio escorrer por nossas costas. Quando abrimos alguma passagem secreta, ou entramos em corredores e buracos claustrofóbicos, é possível sentir a tensão nos mantendo sempre alerta para caso alguma assombração ou jump scare aconteça.

A ambientação sonora é muito bem feita. O jogo é extremamente silencioso, não há uma trilha sonora que nos acompanhe durante o jogo, apenas o silêncio ensurdecedor de nossos passos, enquanto o som dos ratos nas paredes e os assustadores trovões que cortam os céus e iluminam os quartos da mansão vez ou outra. A localização do jogo está excelente e é muito útil para aqueles que não possuem um conhecimento tão grande da língua inglesa, facilitando a navegação pela mansão.

Imagem do texto de SC
Qual a ligação de nosso protagonista com a Mãe?

Silver Chains, no fim, é uma experiência curta do gênero de horror, mas que funciona extremamente bem. O fato de ser curto pelo menos torna tudo ainda mais impactante, dando a impressão de que temos apenas uma noite para escapar deste local assombrado. O jogo consegue manter o jogador sempre com os nervos à flor da pele com sua ambientação soturna e abandonada, como a violência e sangue que o tornaram assombrado em primeiro lugar.

Com uma narrativa simples e ainda assim relevante, Silver Chains é um daqueles títulos de horror para se experimentar tanto com amigos quanto sozinho. Então venha para esta mansão mal-assombrada e tente sua sorte contra o espírito de uma Mãe e um demônio ancestral que rondam este que um dia já foi um lar feliz.

Review – Pepper Grinder

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