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Já acompanhamos infinitas histórias de nobres cavaleiros medievais enfrentando feras mortais e perigos inimagináveis para conquistar o coração de uma donzela, mas nenhum desses caras chegam aos pés de Sir Lovelot, o cavaleiro mais mulherengo da Idade das Trevas. Assim como seu nome já entrega, Lovelot não ama somente uma donzela, mas sim todas elas!

É com essa premissa que este simpático joguinho do estúdio pixel.lu se inicia. Temos aqui um clone de Super Meat Boy forjado no amor, sem aquele monte de sangue e sua famosa dificuldade que ainda causa pesadelos em muita gente… mas mantendo as armadilhas, é claro.

Super Meat Lovelot

O jogo já começa no mesmo instante que apertamos o botão Start, sem nenhuma firula ou cutscene inicial. Sua proposta é muito simples: na pele de Sir Lovelot, devemos enfrentar dezenas de fases com percursos “insanos”, repletas de inimigos e armadilhas. Nosso objetivo é coletar presentes para as donzelas, como uma flor, um anel ou até um pirulito, e depois voltar até a torre em que elas se encontram para finalmente escalar suas belas tranças e… bem, o resto vocês podem imaginar.

Cada fase possui um ou mais “gansos dos ovos de ouro” escondidos.

As fases têm dificuldade crescente e com o tempo elas tendem a ficar um pouquinho mais extensas, mas no geral todas são muito rápidas de concluir. Se você já jogou Super Meat Boy, então já sabe exatamente o que esperar de Sir Lovelot, pois é exatamente a mesma coisa! Cada fase oferece um desafio de plataforma diferente onde devemos pular para todo lado, quicar em paredes e desviar dos perigos que nos circundam. Até as animações de movimento do protagonista são parecidas com as do menino de carne.

Mesmo com uma grande variedade de fases, o jogo ainda é muito curto, levando em média duas horas para ser concluído. Porém, esse não é um daqueles títulos que jogamos somente para terminar e sim para superar todos os desafios propostos ali, então não basta chegar até o final, precisamos coletar cada moeda, colecionável e não morrer uma única vez em todas as fases para alcançar o 100%.

É claro que ninguém é obrigado a fazer tudo isso, mas é a única forma de estender sua vida útil. Quem não tem o costume de completar jogos ou não curte muito bancar o speedrunner provavelmente vai aposentar as aventuras de Sir Lovelot muito cedo.

Tudo por uma bela dama 

Antes de nos aprofundarmos mais sobre as qualidades, defeitos e particularidades de Sir Lovelot, primeiro é preciso exaltar o pixel art do game, que é simplesmente incrível. Colorido, bem detalhado e com animações muito fluidas – tudo aqui é de encher os olhos e não é para menos, já que o próprio estúdio responsável se classifica como “especialistas em jogos em pixel art”. Acho que já está mais que provado que eles são bons mesmo, não é?

É cada lugar que essas donzelas inventam de morar…

Mesmo com uma proposta tão semelhante à de um jogo ridiculamente difícil como Super Meat Boy, Sir Lovelot não herdou esse lado de sua maior inspiração (o que pode ser uma excelente notícia para muita gente). O jogo possui diversos fatores que o tornam mais fácil, como a possibilidade de enxergar todo o percurso que está a nossa frente (nos dando a chance de premeditar nossos movimentos), morte permanente dos inimigos e até mesmo checkpoints!

É isso mesmo que você leu, caso você morra no meio de uma fase, não voltará do começo e sim do ponto mais próximo – e tem mais: todos os inimigos derrotados no caminho não dão respawn! Esses detalhes já são mais que suficientes para provar que Sir Lovelot é infinitamente mais fácil que Super Meat Boy, porém acabei achando que isso foi um tiro no pé.

É inegável que é muito divertido ficar quicando para todo lado e derrotando animais aleatórios com nosso poder de raio laser, mas chega uma hora que a falta de desafios deixa o jogo meio enfadonho. Cada morte de Super Meat Boy fazia a gente sentir na alma e xingar até os primeiros ancestrais da dupla de criadores, mas aqui eu simplesmente não me importava quando caia em um abismo ou encostava em alguma armadilha.

Dá Hadouken, Lovelot!

Nas últimas fases é bem nítido que os devs decidiram “pegar mais pesado” e apelar para desafios que são mais injustos do que instigantes, como inimigos spawnando literalmente na sua frente e te matando sem te dar tempo de reagir (afinal, aqui também é na base da morte instantânea). Esse tipo de coisa não é o tipo de “difícil” que torna um jogo divertido, é simplesmente frustrante e definitivamente não é legal. Sendo assim, os maiores defeitos de Sir Lovelot estão no level design.

Ainda assim, seria injusto dizer que este é um jogo ruim, pois está longe de ser! Tem lá suas qualidades e é até divertido, mas perde bastante da sua força quando temos Super Meat Boy como referência, um jogo lançado há 11 anos que consegue fazer praticamente tudo melhor que este. Ao menos é um título simples que consegue ser fiel a sua proposta, principalmente se ela for definida como “jogos que oferecem desafios nem tão desafiadores”.

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