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Os mortos voltaram à vida! Felizmente, nem todos são zumbis sedentos por cérebros e um deles foi ressuscitado com consciência o bastante para salvar o seu reino: você! Esse é o lore de Skellboy, o novo título da Umaiki Games, um pequeno estúdio alemão com apenas quatro integrantes, mas cheio de talento!

Skellboy é uma mistura muito louca de Zelda das antigas com Paper Mario e uma pitada de qualquer jogo que seja feito de cubos, como Minecraft ou Cube World. Apesar de parecer somente mais um clone genérico de Zelda, com o tempo o jogo prova que consegue se sustentar sozinho e que carrega sua própria identidade, o que também inclui suas próprias falhas.

A volta dos mortos vivos

O Reino de Cubold era um lugar pacato, onde todos viviam felizes admirando o quanto a princesa era linda e maravilhosa até que, um certo dia, Squaruman, o mago da corte, levou um fora da filha do rei e resolveu se vingar (embuste demais). O mago ressuscita todos os mortos e monstros da região para assombrar o reino e Cubold acaba caindo em calamidade. O que ele não esperava é que um de seus mortos acabasse renascendo com um grande senso de justiça e pronto para pôr fim ao seu reinado de terror.

Vou caçar mais de um milhão…

Em Skellboy, tudo é feito de cubos tridimensionais, porém sem abandonar um visual de papel ou papelão muito característico de Paper Mario. Até o modo como os personagens se viram é quase idêntico. Isso não é algo ruim, o visual é muito fofinho e charmoso e ajuda o jogador a se sentir familiarizado com aquele mundo simpático logo de cara.

É claro que isso também traz seus contras e sua série de limitações. A que mais me incomodou foi o fato de não haver nenhuma animação de combate; o único movimento que qualquer personagem faz é andar saltitando, mas na hora de lutar, tudo que os inimigos fazem é pular em cima do seu personagem enquanto, no seu caso, você apenas enxerga a arma equipada surgindo e desaparecendo em um golpe realizado por um braço invisível. Pode ser uma característica do visual adotado, mas ainda assim ficou estranho.

Seguindo os passos do bom e velho Zeldinha, você poderá explorar o reino que será dividido em cenários, todos abarrotados de inimigos. O principal diferencial de Skellboy é o fato do seu personagem, que a princípio é só um esqueleto, poder trocar as partes do seu corpo por outras dropadas de inimigos caídos. Isso vai além do aspecto cosmético: cada parte (cabeça, corpo ou pés) também lhe garante novos atributos e habilidades, podendo te deixar com mais vida, permitir que você atire projéteis pela boca ou solte pólen venenoso toda vez que pular, dentre vários outras habilidades. Tudo isso é muito legal e de longe a parte mais instigante do jogo, sempre incentivando a buscar por novas partes apenas pela curiosidade de saber o que elas fazem.

Cada parte do corpo te garante diferentes atributos e habilidades.

Mais ou menos linear, mais ou menos mundo aberto

 

O combate de Skellboy é um de seus problemas. A câmera fixa muitas vezes atrapalha um bocado, focando em pontos que limitam o seu campo de visão e tornando difícil de se localizar, sendo um tanto frustrante. Além disso, não existe muita estratégia ou desafio, você só esmaga o botão de atacar e torce para seus ataques atingirem os inimigos. A hit box é meio estranha, pois o fato dos inimigos serem 2D em um cenário 3D não ajuda muito a saber se estamos ou não mirando no lugar certo. Um bom exemplo disso são os inimigos voadores, que são quase impossíveis de acertar antes de tentar pelo menos umas cinco vezes (essa era minha média de tentativas).

Conforme avançamos, vamos liberando novas armas que só divergem no padrão de ataques ou na força de seus golpes. A parte boa é que seu uso não se limita apenas ao combate, mas também devemos usá-las nos puzzles espalhados pelas dungeons do jogo, que são as partes mais divertidas de jogar devido à variedade de coisas a se fazer (e poucos inimigos para enfrentar, o que é ótimo!).

As dungeons focam nos puzzles e tiram o combate tosco de cena.

O começo do jogo é bem linear e um pouco maçante, mas em um certo ponto as coisas mudam consideravelmente e ele passa a ser mais mundo aberto, dando liberdade para o jogador sair explorando onde bem entender e ser recompensado por isso (com novas armas, partes do corpo etc.). A impressão que tive foi que os desenvolvedores acabaram testando novas abordagens ao longo do desenvolvimento e acabaram mantendo das duas formas, tanto linear quanto não linear. No final, ficou bem legal, apesar dos pesares.

A trilha sonora combina bem com o visual e o estilo do jogo, mas para mim não demorou muito para se tornar enjoativa – ainda assim, isso não chega a ser um problema. Até o momento em que este review foi postado, o game também segue com uma série de problemas de performance como quedas de framerate e “engasgadas” constantes (quando o jogo dá aquelas travadinhas de um ou dois segundos). Não é um jogo nada pesado e tenho certeza que o Switch consegue rodá-lo liso numa boa, então é só uma questão de má otimização que provavelmente será corrigida em breve com os futuros patches.

Apesar das falhas, Skellboy continua sendo charmoso, divertido e um adventure recomendável. Ele está saindo por 20 dólares, o que sinceramente não é um preço tão alto, porém ele não está disponível na eShop brasileira e só é possível comprá-lo nas lojas internacionais. Levando em consideração a atual cotação do dólar, talvez seja melhor esperar uma boa promoção antes de se aventurar por Cubold.

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