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Se você já passou da casa dos 30, ou se mesmo sendo mais novo é entusiasta da nostalgia gamer, certamente já jogou ou ouviu falar do clássico Pong. Desenvolvido e distribuído pelo estúdio brasileiro Double Dash Studios, Sky Racket mistura um bom e velho shooter (ou jogo de navinha) com a mecânica de rebatidas de Pong.

O céu é o limite

O projeto do jogo já começou vencedor. Em 2015, durante uma Game Jam organizada por youtubers chamada “Indies vs Gamers”, onde num intervalo de 72h eles tiveram que começar do zero um projeto, o tema da vez era arcade, então os desenvolvedores resolveram misturar dois clássicos dos fliperamas num projeto que ainda era chamado de RacketBoy. Com 600 participantes, o estúdio brasileiro se sagrou vencedor e o jogo apareceu em canais grandes de youtubers e streamers como Pewdiepie, Markiplier e Jacksepticeye.

Sobrevoando um colorido céu em pixel art, você escolhe entre o RacketBoy ou a RacketGirl para desbravar os cenários com sua raquete laser. E é aí que começa a diversão. Diferente de um shooter convencional onde você usa suas próprias armas e as melhora com upgrades até ver uma chuva de tiros saindo da sua navinha, em Sky Racket você não possui nada disso: sua raquete é sua arma, rebatendo os tiros inimigos no tempo e direção correta para destruir o cenário e os adversários.

Imagem do jogo Sky Racket
Um visual fofo e com muitas, mas muitas cores mesmo.

Tal qual o já citado clássico Pong, você rebate os tiros, rebate de novo e quantas vezes mais você conseguir, mas aqui numa progressão horizontal onde todas as extremidades da tela (com exceção do lado esquerdo) rebatem os tiros de volta, possibilitando fazer combos e acelerar cada vez mais a sua “bolinha”. Mas não é só isso: você também tem outros objetos pra rebater na tela, que vão desde bananas a guaxinins raivosos que grudam em você. Dá inclusive pra fazer embaixadinhas com alguns dos itens “acertáveis” na tela, aumentando a força com que eles atingem o alvo quando você der a cortada final.

O carisma dos inimigos também é um ponto muito positivo de Sky Racket. Você vai enfrentar os mais diversos inimigos que vão desde passarinhos raivosos, polvos gigantes, macacos brigões e até mesmo gatos-sanduíche. Com certeza vai te garantir algumas risadas e alguns momentos de “o que é isso, gente?!”.

Imagem do jogo Sky Racket
A variedade dos inimigos é um ponto positivo do jogo.

Bom pra jogar sozinho, excelente pra jogar em dois

Infelizmente o fator replay do jogo não é dos melhores, ele até tenta diferenciar uma fase da outra com novos inimigos e novas mecânicas, mas não parece ser um daqueles jogos em que você vá passar uma tarde inteira jogando sem perceber. Mas as coisas mudam quando jogamos no modo multiplayer. É possível jogar localmente com mais um amigo, como nos bons e velhos tempos pré-internet. Aí sim o bicho pega, com cada um rebatendo o tiro que foi rebatido anteriormente pelo outro, numa mecânica cooperativa muito divertida.

Como 90% dos indies, Sky Racket tem aquele charmoso visual pixel art que nos remete aos clássicos da era 8-bit e 16-bit, e aqui o estúdio brasileiro caprichou. Com muitas cores na tela, o visual beira o psicodélico, mas de uma forma que não agride sua vista. O design dos personagens me lembrou em muito um clássico dos quadrinhos brasileiros: Combo Rangers. Tanto RacketBoy quanto RacketGirl parecem ter saídos de um anime muito fofinho e estilizado.

As diferenças entre os dois personagens jogáveis é apenas visual e você consegue companheiros que dão certas habilidades durante a aventura. Sky Racket tem ainda uma trilha sonora muito gostosinha de ouvir, simples mas que não enjoa, visto que as fases do jogo não são tão longas assim.

Imagem do jogo Sky Racket
Eu já falei da variedade dos inimigos? Sim, você enfrentará até um macaco telepata.

Nem tudo são flores em Sky Racket: infelizmente o jogo não possui multiplayer online, o que nos dias de hoje beira o imperdoável, além também de não possuir nenhuma resolução ultrawide (aquelas esticadas de cinema) ou permitir jogar em telas ultrawide, coisa que ficou faltando aqui. Mas como a inspiração inicial eram os arcades, Sky Racket certamente vai agradar aqueles que curtem uma renovação no gênero “jogo de navinha”, um estilo tão batido mas que ao mesmo tempo sempre busca por inovações, e aqui ele foi bastante feliz.

Review – Pepper Grinder

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