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Apesar do imenso sucesso do Game Boy e a ascensão cada vez maior da Nintendo, a NEOGEO decidiu também entrar no mercado portátil. Com o surgimento do NEOGEO Pocket em 1998 e sua versão colorida, em 1999, tentaram competir trazendo várias franquias conhecidas e novas abordagens. Uma delas veio com SNK Gals’ Fighters, um título de luta trazendo várias personagens femininas desse universo.

Além da clara proposta de trazer as beldades de vários dos seus outros games, havia também a intenção de aproximar o público feminino dos jogos eletrônicos. Ressurgindo na nova geração, sendo lançado de surpresa ao Nintendo Switch, o título retorna mais uma vez para comemorar o aniversário de 30 anos da NEOGEO e os 20 anos desde seu lançamento original.

The Queen of the Fighters

SNK Gals’ Fighters é um jogo de luta simples, trazendo o visual super-deformed das personagens e poucas opções de lutadoras disponíveis. Claro que isso é compreensível, como lançado originalmente num portátil, era bem limitada a capacidade dele e isso não interfere em toda a questão. Ele foi trazido para fins de nostalgia e dar a possibilidade aos fãs de jogar novamente e de outros conhecerem um dos clássicos da empresa.

A premissa também é simples. Miss X, na verdade Iori Yagami disfarçado, convida nossas heroínas para um campeonato prometendo uma relíquia que permitirá realizar todos os seus desejos. Aí entra o grande forte da companhia, que traz os pedidos mais loucos com muito bom-humor. Por exemplo, a personagem Leona que apenas quer ter sua dor de dente interrompida e por aí vai.

Imagem do review de SNK Gals Fighters
Os desejos são simples e é bem engraçado.

Em questão da jogabilidade, apesar de também representar as limitações portáteis da época, até que me surpreendi com suas aplicações. Mesmo possuindo apenas dois botões, a quantidade de combinações e o uso de toda a tela, inclusive por personagens que podem chamar entidades para voar ou invocar caças atirando nos oponentes, é de cair o queixo. Admito que, para que não estava esperando nada, achei bem fluído.

Nas batalhas também podem ser equipados itens gerais que você ganha enfrentando certos personagens. Oferecendo diversos tipos de power-ups, eles podem ser decisivos nas vitórias ou derrotas. Porém, não jogue despreocupado pois se perder muitas vezes seguidas você acaba os perdendo e dificulta ainda mais sua trajetória. Diferentes lutadoras podem receber itens distintos, então vale a pena experimentar alguns rounds com outras do que está acostumado para aumentar seu inventário.

Imagem do review de SNK Gals Fighters
São vários itens espalhados pelo game.

Outro ponto que me surpreendeu foi a tela ser muito mais do que uma simples imagem. Além de você poder mudar a skin do seu Neo Geo Pocket Color que está no jogo, ele funciona com touch screen também. Ou seja, se você assim desejar, pode destacar seus joy-cons e jogar como era antigamente. Eu achei sensacional e uma ideia muito melhor do que várias outras empresas tiveram fazendo ultimamente. Sim Capcom, estou falando do seu Mega Man Zero/ZX Legacy Collection.

Ouso ir além, a SNK deu um ótimo modelo que devia ser repetido por demais empresas para trazerem jogos portáteis ao Switch. Confesso que o “Virtual Console” do aparelho está bem decepcionante, quando temos hoje as famosas micro arcades com mais de sete mil games com qualidade. O que doeria trazer jogos do Game Boy Color e Advanced nessa pegada, incluindo os Pokémon antigos? É pedir demais, Nintendo?

Imagem do review de SNK Gals Fighters
Além de trocar a capinha do seu portátil, os comandos são touch.

SNK Gals’ Fighters mantém a qualidade

Reclamações e brincadeiras à parte, voltando ao tópico, SNK Gals’ Fighters mantém a mesma qualidade do antigo. A música, apesar de mostrar os mesmos tons da época, foi remasterizada e também soa natural dentro do console híbrido. Tanto jogando pelo touch quanto pelo controle não deixam a desejar e a imagem está nítida. Você realmente se sente com um NEOGEO Pocket em suas mãos e isso é incrível.

O que me deixou surpreso ao encontrar foi a adição do manual original do game que acompanhava sua caixa em 2000. Nem mesmo os termos e as imagens foram trocadas, ele está lá intocável e de uma forma bem visível para ler e aproveitar. Para quem sentia falta de receber suas mídias com isso, é um prato cheio aos fãs. Pois é, meus amigos, bons tempos que infelizmente não voltam mais.

Imagem do review de SNK Gals Fighters
Até o manual original veio junto na brincadeira.

Sendo sincero com vocês, não consigo pegar um jogo destes e ficar apontando erros. Ele é exatamente como os fãs esperavam e, apesar de não ter novidade alguma inclusa, não diria que é um desperdício pegá-lo. Você pode jogar com mais um amigo, desbloquear personagens secretos, até mesmo treinar um pouco no Training Mode e tudo vai soar muito natural com os títulos de luta que tivemos na época.

Ele é limitado e tem poucos personagens? Sim. A tela é pequena e pode incomodar alguns? Também. Porém SNK Gals’ Fighters veio da melhor forma possível e, mesmo sendo uma experiência contida, conseguiu entregar um game de qualidade e que, mesmo fora de época, consegue divertir e fazer os fãs aproveitarem. Ao contrário do SNK Heroines: Tag Team Frenzy, esse chega sem pretensões, sem abusos e volta ás raízes do ápice de sua geração.

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