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A NEOGEO Pocket Color Selection finalmente trouxe um dos maiores crossovers que o portátil já recebeu, SNK vs Capcom: The Match of the Millenium, representando a briga de vários lutadores de várias franquias diferentes em um jogo só. Sendo sincero, é difícil esconder o hype se você é fã de qualquer jogo de luta, já que este reúne um verdadeiro panteão de heróis conhecidos no mundo dos games.

Assim como os jogos anteriores da seleção, ele serve para revitalizar a marca e trazer os seus melhores títulos de volta à ativa. Deste modo, todos que são fãs até aqueles que nunca conseguiram jogá-lo no passado podem aproveitar a oportunidade no Nintendo Switch. E não tem nada melhor do que esse imenso crossover, que não se limita apenas ao The King of Fighters e Street Fighter para brilhar.

Pancadaria e diversão

Vou assumir para vocês que, entre os dois lados, eu sempre balancei mais para as raízes do SF. Logo que iniciei SNK vs Capcom: The Match of the Millenium, corri diretamente para o Ryu sem pensar duas vezes. Olha, considerando que o game foi criado para um portátil e lançado no fim dos anos 90, nunca pensei que veria uma representação tão boa daquele personagem como neste título.

Review do jogo SNK vs. Capcom: The Match of the Millenium
Ryu e todos os outros mantém os seus movimentos clássicos.

Está tudo lá, o Hadouken, Shoryuken, ratetetsuruge, digo, Tatsumaki, não senti falta de um movimento clássico sequer dele para reclamar. E não é apenas com Ryu que me senti extremamente em casa não. M.Bison, Guile, Chun-Li, todos seguem os padrões conhecidos até por quem jogou apenas o Street Fighter II no passado. A recriação foi impecável e tanto o NEOGEO Pocket Color quanto a desenvolvedora Code Mystics, responsável pelo port, merecem um parabéns por deixar tudo isso de forma fluída.

Fãs da SNK, não reclamem pois eu também testei vários personagens clássicos de suas franquias e foi igualmente belo. Admito que Kyo Kusanagi e Leona são meus favoritos e não senti dificuldade alguma de manejá-los, já que seus movimentos são os mesmos dos vários outros games que fazem parte dessa seleção. Eu, que sempre fui fã de jogar o gênero na tela grande, com o máximo de realidade possível, não tive um defeito para reclamar de suas mecânicas.

Volto a ressaltar o que afirmei nos reviews anteriores, é mágica a forma como a SNK conseguiu fazer os movimentos e personalidade de cada um dos personagens ser recriada tão fielmente assim no NEOGEO Pocket Color. Mesmo revisando os outros cinco jogos da linha, ainda fico besta com isso. Meu, pensa comigo, são utilizados apenas dois botões e os direcionais. Mesmo assim, ele não faz feio perante a tudo o que já andei vendo nas atuais gerações.

Review do jogo SNK vs. Capcom: The Match of the Millenium
A Code Mystics fez magia com a colisão dos dois mundos.

Para abraçar todos os gostos, até incluíram batalhas em duplas ou em grupo de três personagens. Mas não é apenas disso que SNK vs Capcom: The Match of the Millenium vive. A história segue no Modo Tourney, porém ele conta também com o Modo Olympic, onde você poderá participar de sete eventos únicos e quebrar todos os seus recordes ali. É uma ótima alternativa para quem está cansado apenas de brigar.

Aí coloca na conta que o jogo te traz 18 personagens selecionáveis logo de cara, fora mais oito bloqueados que você precisa liberar nos modos, e tenha em mãos a maior diversidade que o portátil terá a te oferecer. Não precisa nem gostar de Street Fighter, também temos personagens de Darkstalkers e até mesmo de Vampire Savior. Já do lado da SNK, o elenco é mais variado e conta com lutadores de Fatal Fury, Psycho Soldier, The Last Blade, Art of Fighting entre outros.

Review do jogo SNK vs. Capcom: The Match of the Millenium
O jogo possui a maior quantidade de personagens dessa seleção.

Mais do NEOGEO no Switch

Fazendo parte da NEOGEO Pocket Color Selection, também terá à sua disposição o famoso manual que acompanhava cada capinha antigamente, mas no formato digital em seu Switch. Ao contrário dos demais, esse não conta com muitas artes, porém é bem informativo em questão aos vários modos e possibilidades que o jogo oferece, então acaba compensando.

Você também poderá escolher se quer jogar com o filtro antigo, com a tela chiada ou de modo remasterizado, assim como os vários modelos do videogame portátil estarão disponíveis para qual deles mais te agradar. Você também pode removê-lo e deixar apenas a tela do jogo, qual poderá dar um zoom até se encaixar melhor no seu campo de vista.

Review do jogo SNK vs. Capcom: The Match of the Millenium
Você pode dar zoom também, caso ache a tela pequena demais.

Já em questão de gameplay, SNK vs Capcom: The Match of the Millenium tem a possibilidade de retroceder a qualquer momento do combate, podendo ter uma nova oportunidade de vencer aquele desafio que perdeu por pouco. Agora se você foi derrotado de lavada será um recurso que não acho que possa ajudar, mas cabe a cada um decidir onde usá-lo melhor. Não julgo a perseverança, ela é uma virtude.

O maior problema que eu encontrei não acredito nem que seja por parte do port, mas sim do próprio jogo original. A questão do balanceamento, que também vi estar desregulada nos outros jogos da seleção, marca presença por aqui. Enfrentar os lutadores no modo Tourney, por exemplo, é fichinha. Algumas batalhas você nem precisa render o pouco de esforço. Quando chega no chefão, se prepare para encarar o inferno. É difícil. É torturante. E o jogo não te preparou nem um pouco para isso.

Review do jogo SNK vs. Capcom: The Match of the Millenium
Lutar contra essas feras aí é uma tortura.

Com esta adversidade à parte, SNK vs Capcom: The Match of the Millenium é um marco para as duas desenvolvedoras, trazendo o melhor dos dois mundos e olha que nem tem a Hannah Montana como uma das personagens jogáveis. Ambas as maiores rivais dos arcades dos anos 90 se unirem já era algo extremamente raro, ainda mais para produzir algo de uma qualidade impressionante se torna a joia rara de uma geração inteira de videogames.

Não só recomendo o título, como garanto para vocês que de toda a seleção, ele é um daqueles que seria obrigatório que você tenha. Se busca “o jogo”, pode pular de olhos fechados que a escolha não te fará se arrepender nem por um segundo. Talvez eu esteja errado e quando cair derrotado pelos chefões você sinta o impulso de largar o controle, mas o desafio vai falar bem mais alto e você decidirá iniciar uma nova partida.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024