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Vagam pelo espaço amálgamas de naves espaciais gigantescas conhecidas como Space Hulks. Geralmente tomadas por Tyranids Genestealers, alienígenas com uma certa inspiração nos Xenomorfos de Alien. No auge do quadragésimo primeiro milênio, um grupo de Space Marine Terminators encontra um Space Hulk vagando pelo espaço. Tendo recebido um sinal de alerta desta embarcação, os Terminators se preparam e adentram aos escombros da nave.

Nesse cenário de desolação, tristeza, violência e desespero, entramos em Space Hulk: Tactics. Vindo ao mundo pelas mãos do Cyanide Studio e distribuído pela Focus Home Interactive, essa instância aumenta o rol de produtos no mundo de Warhammer 40.000, um universo de ficção científica composto por dezenas de livros, jogos físicos e digitais, e até um filme.

Hulk esmaga!

Caminhando pelos escombros da Space Hulk, você gerencia um grupo de Space Marine Terminators, super soldados-monges humanos, misturando uma dose cavalar de violência e agressividade com ensinamentos religiosos e uma busca por evolução espiritual.

Controlamos um grupo heterogêneo de combatentes com diversas patentes e especialidades, cada um com suas armaduras gigantescas e armamentos ainda mais absurdos, em corredores minúsculos e claustrofóbicos. Mais uma leve inspiração em Alien.

Imagem de Space Hulk Tactics
A visão padrão acaba sendo um pouco bagunçada demais pro meu gosto, devo admitir.

Space Hulk: Tactics adiciona um leve fator de escolha ao permitir que você escolha, em alguns pontos, onde deseja ir em um mapa abstrato. Essas variações permitem escolher o nível de risco que você está disposto a correr para adquirir mais recursos ou facilitar passagens posteriores.

Ainda existe a possibilidade de enviar alguns dos seus Terminators para cuidarem de missões por si só quanto o resto do grupo continua indo a frente. É uma opção que te economiza uma batalha em troca de não ter um combatente extra por um certo tempo, porém sem nenhum risco de perder algo por isso, principalmente porque existe um limite de 5 Terminators por batalha.

Um dos grandes diferenciais de Space Hulk: Tactics é a variação de visões possíveis durante o jogo. Desde a habitual visão isométrica dos jogos de combate por turno com variações de proximidade, até a inovadora (para o gênero) visão em primeira pessoa.

Imagem de Space Hulk Tactics
A visão em primeira pessoa realmente passa uma sensação diferenciada

As variações não são necessariamente úteis, visto que a isométrica é ideal para compreender o posicionamento dos seus combatentes e inimigos pelo mapa, porém a visão em primeira pessoa traz todo um novo sabor de tensão e desconforto enfrentando seres bisonhos como os Genestealers.

Durante cada um de seus turnos, ainda existe a possibilidade de trabalhar com as cartas que cada soldado te traz. São sempre disponíveis 3 cartas para se utilizar, seja aplicando a característica dela em qualquer um dos Terminators ou convertendo a carta em mais pontos de ação para seu esquadrão.

Durante a explicação, o jogo trata essa possibilidade como algo meio banal, quase uma coisa desnecessária. Porém, quanto mais se joga, é perceptível que converter a carta permitida por turno é uma exigência para trabalhar bem. Aplicar a característica da carta não é tão necessário assim, mas é sempre bem-vinda.

Imagem de Space Hulk Tactics
Toda a história ocorre por diálogos como estes.

No espaço, ninguém vai te ouvir gritar

Agora que já falamos das partes bonitinhas, vamos às agressões. Você controla um grupo de combatentes, em teoria, únicos. Todos eles tem seus penduricalhos, medalhas e características próprias. Ótimo. Mas é só isso mesmo. Você não tem medo de perder nenhum deles nem nada semelhante.

Ainda é possível aprimorar os soldados, o que te dá mais uma carta por nível. E nada além disso. Então a sensação de progressão é basicamente nula. O tempo passa, os combates ficam mais complicados e você não sente a melhora de seus mocinhos. E por mocinhos eu quero dizer seres humanos amorfos, com uma quantidade de anabolizantes suficientes para explodir um elefante e dentro de uma armadura gigantesca.

Imagem de Space Hulk Tactics
Alguns detalhes agradam, mas não são suficientes.

Retomando o ponto da claustrofobia, somando-se a lentidão de movimento dos Space Marines, chegamos a uma outra situação complicada de Space Hulk: Tactics. A movimentação dos Terminators é bem lenta, o que é esperado. Porém, a movimentação dos inimigos acaba por ser quase imprevisível por ser bem complicado compreender as possibilidades de locais onde os Genestealers podem ir.

Isso poderia ser até um benefício, ter um alto grau de imprevisibilidade dos inimigos. Porém, como estamos em um jogo de combate estratégico por turno e o cálculo de probabilidade de acerto é incompreensível, acabamos por ser reféns da misericórdia dos aliens dentro dos corredores do Space Hulk.

Imagem de Space Hulk Tactics
Listagem do esquadrão: absolutamente nenhuma diferença entre um sargento e outro.

Em relação a narrativa, imagino que alguém incluído no contexto do universo de Warhammer 40.000 deve ter uma ótima experiência, porque os diálogos, em momento algum, se preocupam em te trazer para dentro de forma tranquila. Você que se vire para pesquisar e descobrir a o que os nomes se referem.

Por fim, o que poderia ser uma ótima experiência dentro de um universo complexo, acaba por ignorar todas as possibilidades de unicidade dos personagens ou da jogabilidade e se torna um jogo medíocre. Ou menos.

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