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Jogos remasterizados existem para atender dois grupos de jogadores: o de fãs saudosistas e aqueles que nunca jogaram o game original. Se você se encaixa no primeiro grupo, StarCraft: Remastered é mais do que obrigatório. Mas se você nunca jogou o famoso RTS da Blizzard, eu sinceramente não recomendo. StarCraft II e suas três expansões são tão incríveis que, mesmo após 7 anos, não envelheceu nem um pouco. Não dá pra dizer o mesmo de StarCraft, mesmo com todo o empenho da Blizzard nesta remasterização.

Tecnicamente, StarCraft: Remastered é uma versão definitiva: a resolução foi adaptada para widescreen, com opções para até 4k, as unidades e os cenários foram todos redesenhados (pra tirar aquele ar de pixelado), a trilha sonora foi regravada e até a dublagem mudou. Só para constar, quando StarCraft chegou ao Brasil em 1998, o game continha uma dublagem não-oficial em português. Não era ruim, mas também não era foda como a de Grim Fandango. A nova dublagem é excelente, seguindo a qualidade definida em StarCraft II em diante.

StarCraft: Remastered se encaixa no tal do “fan service”, feito pra matar a saudades de um jogo que fez muita gente perder noites em frente ao computador, seja em casa ou numa lan house. Se você está curioso para conhecer o jogo que evoluiu o gênero RTS para um novo patamar, vá em frente e seja feliz. Mas esteja avisado: esta remasterização pode não agradar os mais frescos com gráficos.

A campanha oferece o melhor tutorial possível com as três raças.

Jogo velho com cheiro de novo

StarCraft foi lançado há quase 20 anos. Eu me sinto tão velho em lembrar que naquela época eu jogava altas partidas via internet discada. Ah, que saudades daqueles barulhinhos do modem… Voltando para o presente, a Blizzard fez um excelente trabalho em reestruturar todo o multiplayer para funcionar pelo app da Battle.net sem mudar em nada a interface old-school do game. A remasterização mantém também a mesma introdução, a mesma tela inicial e os mesmos menus. É o mesmo jogo de antes, apenas com cheiro de novo.

Ao iniciar a campanha pra matar a saudades, o primeiro impacto vem com a introdução em CG: que negócio feio, meu deus! Na época era incrível, claro. A Blizzard fazia milagres com a tecnologia disponível e todo mundo adorava assistir estas animações. Mas assistir agora, mesmo com a resolução adaptada para até 4k, é um verdadeiro teste de resistência. Só fã mesmo pra se divertir com a nostalgia dessas cenas.

Não dá pra negar: as cenas animadas ficaram datadas.

StarCraft não é um jogo fácil, muito menos sua expansão Brood War, que adiciona novas unidades e amplia a campanha com mais três episódios para explorar um pouco mais as raças do jogo: Terrano, Protoss e Zerg. StarCraft: Remastered junta o game original e a expansão e dá aquele trato caprichado em tudo, mantendo inclusive glitches e truques utilizados pelos jogadores na época. Um cuidado importante, uma vez que a comunidade ainda é forte e há muitos jogadores profissionais disputando campeonatos de StarCraft, principalmente na Ásia.

Redescobrindo o universo de StarCraft

Fazendo um resumão, a campanha original é dividida em três episódios (um para cada raça) e consiste em você aprender a jogar com elas enquanto conclui missões variadas. Garimpar minério e gás, construir instalações, criar unidades, defender e atacar são as cinco ações básicas utilizadas em todo o jogo, orquestradas pela estratégia do jogador. Cabe ao jogador decidir como concluir cada missão.

A trama gira em torno da exploração de recursos em diferentes planetas, que culmina em uma fervorosa guerra entre as três raças. Se você pulou direto para StarCraft II e jogou as expansões, recomendo jogar esta remasterização para conhecer melhor a história. StarCraft: Remastered explora o início do relacionamento entre Jim Raynor e Sarah Kerrigan, além de contar as origens e propósitos dos Zerg e Protoss.

Hidraliscas, o terror dos Terranos.

As missões começam bem simples e vão ficando cada vez mais cabeludas. Elas variam entre encontrar sobreviventes, escoltar unidades, explorar o cenário, destruir a base adversária, defender a sua base até um contador acabar e chegar o reforço, entre outros exemplos. Já no multiplayer, contra a inteligência artificial ou jogadores reais, o objetivo é um só: eliminar a base inimiga. Aí vale tudo: usar unidades de extração de recursos para descobrir a posição e movimentação do adversário, trapacear usando a famosa estratégia do cannon rush, etc.

Outro detalhe importante é dominar as diferentes unidades e construções de cada raça. Os Zerg possuem unidades rápidas, que apesar de fracas fazem um belo estrago em grande quantidade, e podem também atacar por baixo da terra. Os Terranos são medianos em velocidade, mas possuem unidades terrestres e aéreas balanceadas e um ataque nuclear que, se usado com uma boa estratégia, acaba rapidinho com o adversário. Já os Protoss, minha raça favorita, são lentos porém fortes e com unidades mais versáteis.

Arrancando o mal pela raiz com os Protoss.

Voltando a falar da remasterização, fiquei feliz com a decisão da Blizzard em deixar tudo mais bonito porém mantendo os detalhes da época, como a movimentação das unidades com poucos quadros de animação. É esquisito de ver no início, mas charmoso com o tempo. Algumas limitações chatas do game original, como a seleção máxima de 12 unidades por vez, também continua intacta.

Tecnicamente, StarCraft: Remastered existe para atender principalmente o cenário de e-sports. É o mesmo jogo do final dos anos 90, com a mesma jogabilidade que os jogadores se acostumaram. Ainda assim, é incrível avaliar o que a Blizzard conseguiu fazer em cima de uma obra tão antiga. Ainda na dúvida se vale a pena comprar? Baixe o jogo original de graça na loja da Blizzard antes de decidir se faz ou não o upgrade para a versão paga remasterizada.

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