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Imagine se alguém resolvesse juntar No Man’s Sky com Skylanders ou Disney Infinity? Miniaturas de naves que interagem com o jogo em tempo real, seria incrível não? Essa é uma das ideias de Starlink: Battle for Atlas. Desenvolvido pela Ubisoft Toronto e publicado pela Ubisoft, este é um jogo de ação e aventura onde você assume o controle de um piloto, escolhe sua nave favorita e parte numa jornada para salvar seu capitão que está desaparecido após um ataque.

São 10 pilotos para escolhermos, sendo um exclusivo de Nintendo Switch, o nosso famoso Fox McLoud de Star Fox. Cada um possui suas habilidades e personalidade bem definida. Também temos 8 naves altamente personalizáveis (mais a do Fox), seja fisicamente no mundo real através das miniaturas ou virtualmente direto dentro do jogo. Você pode escolher entre diversas armas, além de mudar partes da asa, adaptando cada nave ao estilo do jogador.

Aí que o jogo encontra seu primeiro furo. Absolutamente tudo o que você pode personalizar com as miniaturas, pode ser feito direto dentro do jogo, tornando um tanto quanto caro colecionar as naves, armas e pilotos em forma física para fazer a troca em tempo real. Não vejo motivos para comprar as naves, só se a pessoa for um colecionador assíduo (ok, eu teria a nave do Fox). Pensando bem, isso até que é um ponto positivo, não forçando o jogador a gastar ainda mais dinheiro para ter uma experiência completa num jogo que ele já comprou.

Imagem do jogo Starlink: Battle for Atlas
Se você quiser gastar um dinheiro a mais, existem miniaturas para personalizar sua nave em tempo real, mas é plenamente possível jogar sem elas.

História apenas ok

A história do game é bem básica: após um ataque surpresa à sua estação, seu capitão fica desaparecido, então todos os pilotos da Starlink partem para descobrir onde seu líder e mentor foi parar. Com base nisso, você tem uma história quase que linear, num mundo quase que aberto. Deu para entender? São 7 mundos, cada qual com sua geografia e suas missões próprias. São vastos e tem vida selvagem, vegetação e climas bem característicos. Existem as missões principais que vão revelando a história e também algumas missões secundárias e de coleta de materiais.

A jogabilidade é muito boa, sendo extremamente divertido pilotar as naves após uns 5 minutos de adaptação. Quando dentro de um planeta, você tem a opção de baixar os propulsores e a nave ao invés de voar, simplesmente vai planar bem próxima ao chão, tipo os pod racers de Star Wars: A Ameaça Fantasma. Dessa forma a jogabilidade lembra a de um jogo de tiro em terceira pessoa, bem fluída e ágil.

Tanta arma que causa confusão

A enorme variedade de armas e upgrades que você pode dar a elas provê a Starlink: Battle for Atlas certa complexidade, com cada inimigo sendo vulnerável a um determinado elemento ou até a combinação de ambos, já que você possui 2 slots para armas – um em cada asa. A troca pode ser feita a qualquer momento durante o jogo. Os pilotos sobem de nível e vão adquirindo novas habilidades. As armas e naves também podem receber upgrades que são encontrados ao longo do jogo.

Imagem do jogo Starlink: Battle for Atlas
Personalize sua nave com armas e detalhes aerodinâmicos, além de power ups.

A estação que serve de base para a Starlink também pode receber upgrades, gastando as moedas e materiais que você coleta nos mundos. Essas melhorias afetam todos os pilotos e todas as naves, inclusive algumas são necessárias para avançarmos na história, já outras vão apenas melhorar seu desempenho.

Agora, é impossível falar de Starlink: Battle for Atlas e não citar o jogo que chega a fazer uma participação especial: Star Fox. Um dos maiores clássicos dos jogos de batalha espacial é homenageado na versão de Nintendo Switch de Starlink, com o piloto Fox McLoud que é jogável e sua nave exclusiva. Mas as outras versões também referenciam o clássico jogo da Nintendo, a jogabilidade se aproxima bastante e lembra até o que poderia ser um novo jogo Star Fox nos dias atuais.

Mas a maior influência sem dúvidas fica por conta dos diálogos entre os pilotos do seu esquadrão, cada um com sua personalidade bem marcante. Os diálogos são tão bons que vão atrapalhar quem não está com o inglês em dia, visto que o jogo não é dublado, tem apenas legendas e menus traduzidos. E como bem diz a nossa lei de trânsito: ler e pilotar ao mesmo tempo não é muito recomendável. O som do game é bem o que se espera com sons de tiros e explosões bem imersivos, especialmente quando se joga com bons fones de ouvido.

Imagem do jogo Starlink: Battle for Atlas
Cada planeta tem sua geografia própria.

Divertido porém repetitivo

Jogar Starlink: Battle for Atlas é uma experiência muito divertida, a mistura que o game faz de jogos de batalha espacial com elementos de exploração e o fato de o combate ser muito agradável e fluído, faz com que perder umas horas em frente a TV seja tarefa fácil. Mas talvez o passo tenha sido ambicioso demais, não tanto quanto o já citado No Man’s Sky, que não cumpria quase nada da vastidão prometida no seu lançamento, mas Starlink ainda sim deixando uma sensação de “quase”.  Como ele tem elementos retirados de jogos de mundo aberto, ele pega infelizmente o que de pior existe nesses jogos: a repetição.

Tirando os cenários, as missões dentro de cada mundo são virtualmente as mesmas: coletar materiais, retomar bases abandonadas, ligar geradores, derrotar chefes… E é isso. Felizmente o jogo não é tão longo a ponto disso se tornar um grande ponto negativo, mas você fica com aquela sensação de “poxa, podia ser melhor”. Ao menos tenho esperança de uma sequência que provavelmente irá corrigir as falhas apresentadas aqui nessa primeira edição do game. Os mundos também deixam a desejar no sentido de que são apenas “skins”. As naves se comportam da mesma maneira, sem qualquer influência externa, sendo a mudança de um planeta para outro apenas visual.

Imagemd o jogo Starlink: Battle for Atlas
O combate é o ponto forte do jogo, com diversas armas para escolhermos.

O ponto forte do game, sem dúvida, é a jogabilidade e os diálogos para quem tem um bom nível de conhecimento da língua inglesa. O universo de Starlink: Battle for Atlas me conquistou mesmo com suas falhas e eu realmente aguardo ansioso por uma continuação que refine ainda mais os pontos fortes e diminua os pontos fracos do jogo. Para quem estava com saudades de Star Fox – que não recebe um jogo decente desde a sua versão para Nintendo 64 – a jogatina é diversão na certa.

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