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Jogos de terror em realidade virtual são uma combinação que gera sensações e sentimentos únicos. Geralmente a maioria das pessoas não consegue ficar muito tempo dentro da realidade virtual sob a apreensão de serem comidas vivas ou cercadas por sons assustadores em ambientes escuros – a maioria pede pra sair!

Assim chegou Stifled, com uma ideia muito interessante de construir imersão através do som. Durante o game, precisamos usar o som para que possamos ver o mundo ao redor e saber aonde iremos, ao mesmo tempo que nossos sons alertam monstros e por isso nos tornam vulneráveis. Nesse molde, a Gattai Games criou uma narrativa simples na qual adentramos uma mente perturbada e depressiva, sendo perseguidos pelos medos do personagem e consequentemente os nossos.

Imagem do jogo Stifled
Linda vista.

Normalmente, em jogos de terror, estamos correndo de algo ou indo de encontro a algo mas quase sempre podemos atirar de volta contra a ameaça ou nos escondermos dela. Não é o caso de Stifled, e cada passo nosso gera tensão, fazendo com que o medo de se mover ou fazer barulho fique quase insuportável, remetendo à situação vivida pelos personagens no recente filme Um Lugar Silencioso.

A escuridão me espera

A jogabilidade é muito simples, já que a exploração dos locais é bem mínima e quase sempre interagimos com locais que parecem apenas colocados para estender sua duração.

O jogo pode ser utilizado na VR ou fora dela, jogado no controle ou teclado, sem necessitar dos controles do HTC VIVE. Isso é de certa forma compreensivo, levando em conta a simplicidade de movimentos no jogo e a proposta do mesmo, o que não o deixa menos interessante.

Imagem do jogo Stifled
Pega a bolinha pro tio.

Temos que tomar cuidado, inclusive, com as pessoas à nossa volta durante a jogatina, pois o mínimo barulho é captado pelo microfone do VIVE e pode levar a um susto ou até uma morte dentro do game.

De uma forma bastante linear, seguimos na mente perturbada do nosso personagem, vivenciando momentos de terror entre esgotos ou locais inóspitos, sendo que, entre esses momentos, há trechos que apresentam a história do jogo.

Tudo funciona através do som. Ficar parado faz com que a escuridão te envolva rapidamente, enquanto seus movimentos geram ondas sonoras que delineiam o ambiente ao seu redor. Avisos ambientais próximos, como pingos de água, geram ecos incidentais que podem ser usados para navegar, enquanto o tipo de superfície em que você anda também gera sons diferentes. Se você precisar de uma melhor imagem do ambiente, também pode sussurrar ou gritar para que o microfone detecte seu som e revele o caminho.

Imagem do jogo Stifled
Minha vida em preto e branco… e vermelho.

Fique quieto

Quanto mais alto o barulho, maior é o eco que revela seu caminho – pegar e jogar objetos também funciona, mas geralmente como uma forma de distração para os monstros, permitindo que corra para outro local enquanto as criaturas vão até o objeto atirado. Embora os monstros não sejam tão assustadores quanto poderiam ser, ouvi-los te perseguindo fará seu coração disparar – especialmente seus horripilantes gritos, fazendo com que se sinta realmente com medo.

No final, Stifled fracassa apesar de uma proposta de jogabilidade bastante inovadora. A falta de evolução das mecânicas significa que você já viu tudo o que o jogo tem para oferecer depois de uma hora. Faltou um pouco mais de ambição por parte da Gattai Games para explorar melhor suas ótimas ideias.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024