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Subnautica já conquistou seu lugar como um dos jogos de sobrevivência mais marcantes dos últimos anos. Vindo de um longo período de acesso antecipado no PC, o estúdio Unknown Worlds não poupou esforços e ouviu o feedback de cada pessoa que colaborou nos estágios iniciais do projeto, então Subnautica jamais seria o que é sem o apoio incondicional de sua comunidade. Quando finalmente foi lançado em 2018, ele já estava redondinho e pronto para brilhar.

Só agora, três anos depois, que o Nintendo Switch está recebendo seu merecido port, tanto do jogo original como de sua sequência, Below Zero, que é a verdadeira novidade em todas as plataformas. Ao mesmo tempo que parece ser uma ótima ideia poder explorar o oceano infindável de Subnautica em um console portátil, assumo que este port me deixou meio apreensivo, levando em consideração as limitações do Switch. Felizmente, deu tudo mais que certo e temos aqui um verdadeiro milagre em mãos!

Sob o véu da vida oceânica

Como Subnautica Below Zero é o lançamento da vez, daremos mais atenção para ele ao longo desta análise, mas sem deixar de lado seu antecessor, que também é novidade no Switch. Além disso, ambos os jogos são bem parecidos, então dá para analisar os dois como uma obra só – inclusive, na plataforma da Nintendo ele está sendo vendido em um pacote único, então você leva dois pelo preço de um e isso é ótimo.

Amigo ou inimigo?

Em Subnautica, controlamos um explorador espacial que naufraga no planeta 4546B. Logo após sair de sua cápsula, ele tem a desagradável surpresa de descobrir que está completamente cercado por água. Não importa para onde vá ou olhe, aqui o oceano será sua única companhia e você precisará explorar incansavelmente aquele ambiente para descobrir mais sobre o planeta e também sobre a trama, que é minuciosamente fragmentada e contada de maneira gradativa.

Como já dito anteriormente, este é um jogo de sobrevivência, então seu objetivo não é apenas explorar. Também será necessário procurar por água (que possa ser consumida, obviamente) e comida para se manter de pé. Como essas são necessidades básicas indispensáveis para se manter vivo no jogo, na verdade a exploração acaba sendo só uma consequência dessa busca interminável por tudo que nos abasteça.

Explorar o oceano de Subnautica é um misto de emoções. É impossível não se impressionar com aquela imensidão, se interessar por cada peixinho bizarro que vive por lá e fazer o maior esforço para entrar em cada caverna de suas profundidades. Enquanto lutamos pela sobrevivência, também fazemos o papel do bom biólogo que está descobrindo incontáveis espécies novas de plantas, criaturas marinhas e outras formas de vida. É claro que o perigo também faz parte do trabalho, então nem sempre saímos vivos, afinal “a curiosidade matou o gato”.

Contemplem a beleza dessa água.

O downgrade gráfico no Switch foi considerável, mas a qualidade da água, tanto dentro como fora do oceano, ainda impressiona. Sempre que eu olhava para cima, buscando a superfície, não deixava de pensar “nossa, que água bonita!”. Os demais aspectos dos dois jogos também estão bem satisfatórios: não presenciei nenhuma queda de fps ou bugs bizarros, somente eventuais delays de renderização (quando parte do cenário acaba pipocando na sua frente) e um loading consideravelmente longo ao entrar no jogo.

Entrando numa fria

Já se tratando de Below Zero, nós ainda devemos explorar o mesmo planeta, só que em um ponto muito distante que substitui toda aquela água por geleiras e uma paisagem 100% glacial. É importante relembrar o fato de que, a princípio, esta sequência seria apenas um DLC, mas acabou virando um jogo único com o passar do tempo. Ainda assim, existem alguns fatores que deixam bem nítido que o planejamento de Below Zero ainda remete totalmente ao de uma expansão.

Isso que eu chamo de recepção calorosa.

O primeiro ponto a ser elogiado é a história. Alguns pontos foram melhorados e agora temos uma protagonista que fala, o que já quebra bastante aquela solidão que sentíamos no primeiro jogo (eu particularmente gostava, mas nada contra uns monólogos aqui e ali). Na pele de Robin, além de explorar e sobreviver, nosso principal objetivo aqui é encontrar mais informações sobre o paradeiro de nossa irmã, então teremos um enredo mais profundo que do original, com direito a cutscenes, registros de áudio e tudo que possa enriquecer a narrativa.

O mapa de Below Zero é consideravelmente menor que o do primeiro e, convenhamos, tundras congeladas não são lá tão cativantes quanto um oceano. É claro que ainda é muito legal explorar cavernas, descobrir novas criaturas e conhecer esse lado até então inexplorado do 4546B, mas quem jogou o anterior nunca vai conseguir deixar de comparar aquele monte de gelo com a imensidão de água do anterior. É válido ressaltar que aqui também dá para nadar e explorar muitos lugares submersos, mas obviamente não é o foco da vez.

Adorei esses pinguins!

Além do mapa menor, seu formato de DLC também fica perceptível no ritmo como as coisas se desenrolam. Em Below Zero é muito mais rápido conseguir itens importantes e aprimorar seus meios de exploração, coisa que levava uma eternidade no primeiro Subnautica. Outro ponto que pode incomodar é a quantidade de grind e necessidade de ficar indo e voltando de um ponto a outro do mapa para progredir na história, algo que muitas vezes parece estar ali somente para estender o tempo de campanha de uma forma pobre e forçada.

Porém, é inegável que temos aqui um novo capítulo de Subnautica e quem curtiu o primeiro vai curtir esse também, não tem erro. Particularmente, ainda acho que Below Zero teria se saído melhor como DLC, pois ele ainda parece mais um complemento do original do que um sucessor. Porém, se olharmos por esse lado, ele é uma baita expansão! Falo com tranquilidade que um jogo precisa do outro e somente jogando ambos é possível ter a experiência completa. Seja no gelo ou no mar, esse pacote vai te render incontáveis horas de gameplay e uma experiência de exploração realmente única.

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