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Quando vi The Blind Prophet pela primeira vez, não me interessei tanto quanto esperava. Mesmo assim acabei pegando para dar uma chance, e como estava enganado. The Blind Prophet é uma aventura rica em detalhes, com um estilo de arte que parece ter saído diretamente da fusão dos trabalhos de Alan Moore, Mike Mignola e Frank Miller.

Bartholomeus é um homem enviado à Terra a fim de impedir que os barões e duques do inferno continuem a propagar o pecado. Em uma cidade que está transbordando de lascívia, violência e luxúria, ele terá de sobreviver a uma luta infernal, resolvendo mistérios, arrancando respostas e cortando corpos se for necessário.

Homem puro

The Blind Prophet é um game no estilo point ‘n’ click. Contando com um estilo de arte dos quadrinhos de 1990, o jogo traz um ambiente sujo, funesto e escuro à tona. Controlamos Bartholomeus, um dos apóstolos de Cristo, em sua caça por Lúcifer e seus subordinados. Dessa forma o guerreiro desperta de seu sono e volta para a cidade de Rotbork, o ninho das víboras infernais.

Imagem do review de The Blind Prophet
Eles não sabem o que fazem, pai.

O jogador deve guiá-lo a fim de descobrir e desvendar os mistérios espalhados pela cidade. No entanto, assim que chegamos, vemos uma jovem sendo quase estuprada. Bartholomeus intervém e a salva, mas ali ele já descobre que muitos dos habitantes já estão possuídos ou infectados pela presença demoníaca que assola a cidade.

Munido de sua espada sacra, o auto-intitulado templário deve rondar as ruas atrás de pistas que o levem até os anjos caídos. Mas violência só deve ser usada em último caso e apenas contra aqueles possuídos e sem salvação. O jogo roda em torno das interações com as pessoas da cidade, o que fazem e como Bartholomeu pode auxiliar os mesmos.

Blade Runner meets Gabriel knight

The Blind Prophet é um dos jogos mais simples no quesito HUD (heads-up display) que já vi, contando com um diário onde podemos checar os acontecimentos da mitologia do jogo, uma lista de nome dos demônios que devemos caçar e o atual objetivo. Bartholomeus também possui um inventário, mas este fica apenas na parte baixa da tela, e sequer chega a tomar espaço, junto do botão que ativa a visão espectral do guerreiro.

Imagem do review de The Blind Prophet
Uma cidade suja em busca de um zelador.

A habilidade de visão de nosso protagonista permite que ele encontre pontos de interação no mundo do jogo, assim facilitando a progressão no mundo do game e permitindo que o jogador se torne familiar com este universo. Um ponto interessante é a maneira como os itens se relacionam com o mundo, onde podemos misturar os mesmos e criar novos itens, além de servirem como chaves escondidas.

Os puzzles de The Blind Prophet são todos bem pensados e vão exigir bastante atenção do jogador aos detalhes do mundo onde se encontra. Em muitos deles acabei errando justamente por isso, mas quando se pega o jeito da coisa, o game flui como água e você acaba ficando cada vez mais preso à história de Bartholomeus. Além disto, os inimigos são cheios de charme próprio e presença, sem falar nos minigames onde usamos uma arma de fogo e desarmamos bombas.

Imagem do review de The Blind Prophet
Sangue jorrando sob a luz neon.

A espada de Cristo

Algo que adorei no jogo é a maneira como os puzzles seguem a temática artística do jogo. Ainda neste ponto, a direção de arte é incrível, contando com um ar das HQs de Hellboy, Sin City e um ar da cidade baixa em Blade Runner, onde a podridão acompanha o dia-a-dia das pessoas, seja em casa, no trabalho ou nos lugares que eles usam para escapar de suas tristes realidades.

Mesmo com um tom sombrio, o jogo ainda possui muito humor em determinadas partes, tirando um pouco do ar pesado da história. Bartholomeus às vezes recebe cantadas de um anão, ou é questionado sobre suas inúmeras tatuagens e por que carrega uma espada por aí. Além disso, o próprio guerreiro faz piadas, falando sobre como não deve virar uma cruz ao contrário para não ter problemas com seu chefe na segunda-feira.

The Blind Prophet é uma experiência refrescante para mim, que cresci jogando e adorando games de point ‘n’ click. Não consegue ser tão charmoso quanto Whispers of a Machine ou Night Call, mas sem dúvida alguma é uma aventura imperdível para os fãs do gênero. O jogo apresenta um universo bem maduro e teve de censurar determinadas partes pelo visto, mas ainda assim se mantém uma experiência válida.

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