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Muitos se perguntam sobre o que ocorre com a mente de uma pessoa em estado de coma. Do mesmo modo como o mundo dos sonhos, as pessoas desejam descobrir o que se passa dentro da mente das vítimas neste infeliz estado. The Coma 2: Vicious Sisters traz uma visão um tanto quanto sombria deste estado. Contando a história da jovem Mina Park, enquanto tenta sobreviver a um mundo sombrio e cheio de criaturas terríveis.

Criado pela Devespresso games e distribuído pela Headup em conjunto com a Whispers Games, a obra Coreana tenta trazer uma nova realidade aos jogos de horror, uma em que, ao invés das criaturas invadirem nosso mundo, desta vez, nós é que entramos em seu território. Por outro lado, no entanto, The Coma 2: Vicious Sisters, traz um sistema de Fetch Quest bem diferente para um jogo de terror, em que, além das criaturas, somos apresentados a toda uma sociedade de sombras.

Era um dia comum na escola

The Coma 2: Vicious Sisters tem seu pontapé inicial contando como o amigo de Mina em um estado de coma profundo. Após visita-lo, ela encontra um pequeno amuleto do mesmo e dentro dele a foto de uma garota que nunca viu em sua vida toda. Durante as aulas noturnas, após pedir ajuda de sua amiga Da-Hyun para se livrar de um pretendente a namorado, Mina só quer que o dia letivo acabe. Após deixar a aula de Mr. Song, ela vê seu colega Seho entrar em um estranha sala iluminada.

Imagem do review de The Coma 2
Alguns dos espíritos agem como pessoas normais.

Após seguir Seho para dentro da sala, a garota acaba colapsando no chão, acordando em seguida no mundo do “Coma”. Simultaneamente a isso, um grupo conhecido por desbravar esse universo a vê desmaiada mas, sem tempo para ajuda-lá, os mesmos a deixam lá e partem em busca do culpado pelo ritual. Mina logo se descobre em uma dimensão cheia de horrores sobrenaturais e bizarros. Tudo se torna ainda pior ao ver a super lua de sangue que preenche os céus com sua luz vermelha doentia.

Em busca de ajuda dentro da escola, agora infestada de corpos de seus colegas, Mina busca por ajuda. Assim que ouve o som dos tamancos de sua professora vindo em sua direção, a aluna acredita estar salva do mesmo destino daqueles corpos, abraçados pelas bizarras vinhas que saem de todos lugares. Porém, tão logo a vê com clareza, Mina descobre que sua professora, diferente dos colegas, se tornou uma horrenda criatura. Ao contemplar as garras da monstruosidade pingando sangue, Mina nota uma segunda sombra mas, sem tempo para discernir quem era, a jovem foge.

Assim que se esconde, Mina consegue finalmente fugir da escola. Logo que sai, a criatura a encontra, mas Mina é socorrida por um homem em uma moto, que a ajuda em sua fuga. O homem deixa Mina na delegacia de Policia, dizendo que lá ela pode estar mais segura. Neste local, Mina conhece uma das Ghost Vigilantes, a organização que deseja impedir as Vicious Sisters. Por outro lado a agente não pode ajudar Mina pois está envenenada e precisa da ajuda da moça para se salvar.

Nunca dê seu nome real neste mundo!

Dessa forma a história de The Coma 2: Vicious Sisters segue adiante, com Mina ajudando a jovem agente e se envolvendo ainda mais com o grupo enquanto deseja escapar desta realidade.

Horror coreano B

The Coma 2: Vicious Sisters traz uma visão interessante de gameplay. Aqui, ao invés dos monstros virem até nosso mundo, nós vamos ao deles. Infelizmente não sou tão versado no folclore coreano como gostaria, então desconheço se o mundo de Coma é baseado em alguma história ou algo semelhante.  No entanto, posso fazer a comparação do universo do jogo com a história “Cidade sem Portas”, de Junji Ito.

O mundo do Coma é permeado de criaturas sobrenaturais, diferente do da história de Ito. Ainda assim, a atmosfera escura, opressiva e o fato de que “crimes” ocorrem sem  qualquer punição é de praxe.No entanto, o fator horror é pouco presente no game em si, mesmo com as terríveis e deformes criaturas que rondam pelas ruas, as que se escondem embaixo das mesas ou que caem do teto. O jogo segue um gameplay bem linear. É claro que você pode explorar os mapas neste universo 2D, porém o conhecimento de que existe algo te caçando pelas ruas depois de um tempo se torna mais irritante do que amedrontador.

Corre Mina, nem olha para trás.

Se esconda e acerte a sequência

Frequentemente o jogador se verá entrando em salas, para evitar as ruas, corredores ou salões das áreas do game, afinal é por lá que as criaturas rondam.  The Coma 2: Vicious Sister utiliza um sistema em quee cada cenário apresenta uma criatura que fica sempre a nossa procura, até que a Sra. Song chegue e tome a frente da caçada. Essas sombras assassinas, ao encontrarem Mina, a atacam normalmente. Entretanto, caso a Sra. Song capture Mina e não tenhamos um spray de defesa, é instakill, ou seja, um tanto quanto preocupante.

A situação piora com os Shadow Stalkers, criaturas que rondam alguns corredores e atacam Mina também. Para evita-los, Mina pode utilizar um fósforo espiritual: a luz pungente destes itens bane os Shadow Stalkers, além das mãos fantasmagóricas que agarram alguns itens. Outros perigos que devem ser evitados são os espíritos que se escondem embaixo da mobília. Estes, caso acertem Mina, causarão um efeito de sangramento nela, que só poderá ser parado com o uso de bandagens.

Negócio fechado, pode curar sua amiga.

Por outro lado, ainda existem os perigos que vem de cima. Em determinados segmentos do jogo, é possível notar mãos e corpos presos ao teto, estes também podem cair sobre MIna e atacá-la. Para evitar qualquer ataque, no entanto, basta apertar a tecla Espaço para utilizar a esquiva. Agora, caso ela esteja sendo perseguida pela sombra da Sra. Song ou os assassinos, Mina deve se esconder. Aqui somos apresentados a um pequeno Quick Time Event, no qual devemos acertar as teclas para nos manter escondidos dos monstros.

Armadilhas astutas

Porém, como proteger Mina de tantas criaturas? No jogo temos acesso a diversas máquinas de venda, nas quais podemos comprar comida, remédios, antídotos, bebidas energéticas e um spray que nos protege de ataques fatais dos assassinos. Além disso, durante cada mapa, Mina pode criar um item que será decisivo durante o gameplay. Por exemplo, na delegacia, Mina pode montar um Taser que serve para uma determinada hora do jogo. Infelizmente não sei se é algo que deva ser feito a fim de não morrer, ou se é opcional. Contudo, já dizia meu avô, melhor prevenir do que remediar.

Telecurso 2000 é fogo.

Os gráficos de The Coma 2: Vicious Sister são bem agradáveis aos olhos. Contando com uma temática bem estilo Manhwa adolescente, é trabalhado tanto no gameplay, quanto nas cutscenes que se passam em quadros que vão surgindo, como se estivéssemos lendo um volume novo da história. O jogo também conta com algumas cenas de visual novel, dando um leque maior de opções algumas vezes, assim podemos conhecer mais das personagens que habitam esse mundo, sejam elas humanas ou sombras.

A trilha sonora é bem controversa, por assim dizer. Em parte, as músicas dos cenários são bem feitas e interessantes, como a música do mercado, que me lembra aquele pequeno som que ocorre em Minecraft as vezes, só que multiplicado por 10. Outro bom efeito é o que utilizaram na estação de metro, quando a voz do anunciador vai se alterando. O som de gatos, passos nos corredores e janelas quebrando ao longe também foram criativos. Entretanto, a sonoplastia em si dos monstros é pouco interessante e acabava me deixando mais irritado do que com medo.

Sai fora! Todo dia isso, bicho.

Dokkaebi, sai para brincar

The Coma 2: Vicious Sister é uma experiência interessante. Interessante o suficiente para me deixar curioso para descobrir mais sobre o folclore coreano. Em contrapartida, é um jogo bem fraco de horror. Admito que o mundo criado em torno da história e das personagens é interessante e cheio de mistérios, mas pouco aproveitado.

Vejo The Coma 2: Vicious Sisters como uma porta de entrada para games de horror, ou um jogo daqueles para jogar com amigos mais medrosos, a fim de conseguir umas boas risadas.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024