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Quando escrevi sobre o primeiro episódio de The Council, da Big Bad Wolf Studio, ressaltei seu promissor sistema de escolhas e customização das habilidades do personagem principal, além da história intrigante. Também destaquei, no entanto, que ainda restava ver se a jornada valeria a pena, inclusive pelo fato dos episódios seguintes estarem disponíveis apenas através do Season Pass (uma má escolha de distribuição, a meu ver).

The Council – Episode 2: Hide and Seek enfim chegou, mas será que o novo capítulo diz mais claramente ao que veio? Infelizmente, não muito. Embora seu foco maior em quebra-cabeças ajude a refrescar a experiência um pouco, este segundo episódio é curto demais para levar o enredo à frente da maneira que gostaríamos.

O protagonista Louis Maras de Richet continua sua busca pela mãe desaparecida, enfiando seu (enorme) nariz em questões diversas que envolvem os outros convidados na mansão do Lorde Mortimer, que aqui é finalmente apresentado em pessoa. Não há muito o que dizer sem ter que entrar em spoilers do capítulo anterior, mas posso afirmar que o ponto alto da narrativa aqui é conhecer mais da figura de Mortimer e entender a complexidade de suas maquinações políticas. Além do anfitrião, também é apresentado o Duque Manuel Godoy, mas este ainda não assume um papel crucial na trama (e nem deixa uma forte impressão, pra ser bem sincero).

A passos curtos

Imagem do jogo The Council
Uma das novas áreas a se explorar na mansão.

As mesmas mecânicas de diálogo e melhorias de personagem persistem em Hide and Seek, embora elas também não sejam tão bem aproveitadas aqui. No episódio de estreia, que tinha bem mais estofo, essas dinâmicas aparentavam mais expressivas e também cruciais para o desenrolar da trama, mas agora são utilizadas de uma maneira um tanto tímida. Com isso, fica a sensação de que Hide and Seek é mais um daqueles infames episódios enche-linguiça que até mesmo a Telltale Games tem a mania de fazer.

O maior acerto de Hide and Seek é introduzir quebra-cabeças mais densos e muito bem-vindos à proposta investigativa de The Council. Um deles envolve a abertura de uma câmara secreta da mansão, exigindo uma atenção a datas e uma leitura atenciosa (que pode ser prejudicada, novamente, pela falta da localização ao português). Já outro consiste na recriação de um mito grego em um labirinto, mas esse é muito mais simples do que aparenta, entretendo mais pelo cenário em que é realizado. Esse elemento de puzzle, ainda assim, ajuda a refrescar a experiência e deixa promessa para os próximos capítulos.

Desempenho técnico não foi algo que ressaltei na análise da estreia de The Council, mas não posso deixar passar desta vez. O jogo conta com sérias quedas na taxa de quadros (framerate) mesmo em locais que, honestamente, não são tão elaborados assim. Além disso, um problema que não parecia assolar a aventura em primeira instância aqui deixa uma má impressão: a abundância dos carregamentos (loadings). Na versão de consoles, o excesso de telas de carregamento chegou a um nível tão absurdo que a simples interação com um item no cenário acabou por interromper a jogatina, resultando em uma pausa de 20 segundos ou mais. O mesmo se repete nos quebra-cabeças mencionados acima, prejudicando o envolvimento pouco a pouco.

Imagem do jogo The Council
Você verá essa tela mais vezes do que gostaria.

Para os céticos, The Council – Episode 2: Hide and Seek não chega a justificar a compra da temporada toda. Na verdade, o mesmo vale para todos, pois a falta da opção de adquirir os episódios separadamente exige que o jogador, ainda em cautela, forme uma opinião precocemente. Apesar de um gancho curioso ao final, a história tem muito o que provar, falhando também em avançar os sistemas do jogo de maneira satisfatória, por ora. Resta a impressão de que The Council funcionará muito melhor como um jogo completo, mas isso também fica em cheque.

Review – Pepper Grinder

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.28/03/2024
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Marco AntônioMarco Antônio28/03/2024
Imagem do review de Dicefolk

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