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Muitas vezes, algumas cidades simplesmente desaparecem dos mapas. Assim como o tempo, a evolução é cruel e impiedosa e não espera por ninguém. Da mesma forma que o vento traz o sopro de vida, ele alimentou a chama final da cidade de Little Hope. Esta foi uma pequena cidade da Nova Inglaterra, nos EUA, onde muitos casos de Caça às Bruxas ocorreram, manchando assim o solo e a alma dos habitantes do local. Está é a história contada em The Dark Pictures Anthology: Little Hope.

Seguindo o incrível ritmo, a Supermassive Games retorna com a série The Dark Pictures. Desta vez, estamos nesta “abandonada” cidade chamada Little Hope. Enquanto descobrimos os segredos do local, devemos guiar e decidir por nossos cinco personagens, enquanto vasculham o que restou deste vilarejo. Guiado pelas forças aqui presentes, nosso grupo precisa encontrar uma maneira de sair da cidade, mas será que um dia chegaram realmente?

Firme no solo

A história de The Dark Pictures Anthology: Little Hope começa inocentemente em uma lanchonete de beira de estrada. Nosso grupo de heróis está em uma excursão universitária. Temos John, o professor; Angela, a aluna mais velha; e os jovens Andrew, Daniel e Taylor. Durante a excursão, no entanto, é necessário se fazer um pequeno desvio pela cidade de Little Hope. O motorista sente seu sangue gelar e seu coração parar ao ouvir o nome da cidade e parece já pressentir o perigo que se aproxima.

imagem do review de The Dark Pictures Anthology: Little Hope
Quem mais poderá estar nos observando de dentro da noite?

Com o menor dos relances, uma jovem aparece na pista e é o suficiente para que o ônibus tombe. Um novo acidente ocorre na cidade fantasma, a mesma cidade em que a família Clarke parece ter encontrado seu fim. Porém, será realmente isto o que aconteceu? Resta aos nossos “heróis” descobrirem o porquê de estarem presos na pequena cidade de Little Hope, o que mantem a pesada névoa que os impede de fugir agindo e qual a sua ligação com o local.

The Dark Pictures Anthology: Little Hope é sem dúvida alguma uma surpresa inesperada de qualidade a lá Silent Hill! Exato, todos estão preocupados com o retorno da série da Konami, enquanto temos um jogo tão bem feito quanto, ainda que curto, em Little Hope. O jogo não possui as características de punição e tortura psicológica dos protagonistas, mas possui um ritmo e desenvolvimento que tornam tanto a narrativa quanto a evolução dos personagens algo muito pessoal. Contamos aqui também com a cidade que os prende em sua melancólica e aterradora, mas ainda convidativa, atmosfera.

Pelas ruas, eles andavam

A atmosfera de Little Hope é muito confortável e acaba enganando o jogador, que entra em um estado de hipnose enquanto anda pelas ruas. Entretanto, isto não é todo o “Silent Hill Spice” presente no jogo, já que aqui temos ainda a presença de bruxas, espíritos e até mesmo uma ordem secreta atuando na cidade. Assim, Little Hope se torna cada vez mais misteriosa, porém atraente para aqueles que desejam chafurdar em suas entranhas e mazelas.

imagem do review de The Dark Pictures Anthology: Little Hope
Não olhe por cima do ombro.

Para que não sejamos pegos de surpresa ainda, The Dark Pictures Anthology: Little Hope traz de volta sua mecânica de premonições. Durante a investigação, é possível encontrar cartões postais com imagens de julgamentos de bruxas. Isso é algo do qual a cidade parecia se orgulhar em demasia, dando ao jogador prévias sobre o futuro de determinadas ações. Ainda assim, não é nada que irá quebrar a espontaneidade do jogo, servindo mais como pequenos “deja vus” nos momentos em que ocorrem.

Somado ao gameplay investigativo, The Dark Pictures Anthology: Little Hope é um prato cheio para os amantes de horror e curiosos. Afinal de contas, o jogo possui uma extensa lista de segredos a serem descobertos pela cidade, que irão ajudar o jogador a conhecer mais do passado da mesma e seus estranhos habitantes. Além dist,o há também a volta dos compassos morais, que marcam as ações e destinos de nossos protagonistas enquanto lutam para sobreviver.

Sillent Hill Vibes…

Burn the priest, pray to the witch

Para aqueles que não são tão hardcore no gênero horror mas também para aqueles que amam o mesmo, The Dark Pictures Anthology: Little Hope é uma ótima pedida. Claro que o jogo possui alguns problemas que vem inerentes ao estilo de narrativa. Como, por exemplo, as ações em Q.T.E ou as de mira. Durante a minha primeira gameplay tive um problema enorme com este último e quase perdi uma personagem por bobeira.

O que me remeteu a minha primeira experiência com a empresa em Until Dawn. Naquele título, joguei de maneira exímia chegando ao fim com grande parte do elenco vivo, mas perdendo a protagonista Samantha “Sam” Giddings, por ter movido um fio de cabelo do controle. E isso foi algo que acabou me tirando um pouco o prazer no final do jogo na época. Entretanto, a vontade de voltar e encontrar novas rotas, informações e cenas não vistas antes é a mágica da Supermassive Games.

imagem do review de The Dark Pictures Anthology: Little Hope
Então é aqui que a gente bebe e fica bruxo?

Como Man of Medan, Little Hope permite que o jogador possa jogar ao estilo hotseat, passando o controle para os jogadores que estiverem com você jogando. A cada troca de personagem, o jogo faz uma pausa para que o controle possa ser passado. Ou seja, caso esteja com receio de encarar a aventura sozinho, é possível chamar alguns amigos para ficarem apreensivos juntamente de você. Além disso, existe também um modo online, no qual dois jogadores controlam dois personagens simultaneamente, com cada ação refletindo o gameplay do outro jogador.

Quem vai ficar, quem vai partir de Little Hope?

Os gráficos fotorrealistas de Little Hope fizeram eu me apaixonar pelo game, como me apaixonei por Until Dawn quando comprei meu Playstation 4. Pessoalmente não sou fã do estilo, mas admito que a Supermassive faz tudo com um detalhe “clínico” tão interessante que é difícil não mergulhar no mundo do jogo. Esse apuro visual, combinado com a incrível sonoplastia e ambientação, faz com que os jogadores sejam pegos de surpresa pelas sombras que espreitam a cada momento de insegurança.

Meu deus, Megan, cuidado, se você virar muito rápido vai bater o braço na maçaneta!

The Dark Pictures Anthology: Little Hope é um grande avanço em relação a Until Dawn e Man of Medan, principalmente porque teve uma história mais equilibrada, trazendo um enredo de mistério não tão aterrorizante, mas nem tão calmo, balanceando os temperos de um bom horror.

O segundo capítulo dessa coletânea de terror é um grande tributo às histórias de cidades amaldiçoadas e se revela uma ótima pedida para este Halloween. Então, venha conhecer a pacata Little Hope, uma lugar histórico pelos seus infames julgamentos de bruxas. Ela irá te prender.

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