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Não é fácil analisar um jogo que foge dos gêneros que mais gosto, me tirando totalmente da zona de conforto. Mas esse tipo de exercício é algo que considero positivo, necessário, para me desafiar e fazer descobrir títulos que nunca imaginei que fosse gostar. Infelizmente não foi o caso aqui.

The Dwarves, produzido pela KING Arts Games, é um RPG baseado em uma série de livros de fantasia que tem como personagens principais os anões, raça geralmente coadjuvante nesse tipo de literatura. Sua missão é acompanhar Tungdil em uma jornada para reunir um grupo e salvar o reino de Girdlegard. Em resumo parece um roteiro bem clichê, mas a história é o ponto forte aqui, oferecendo uma narrativa interessante e fatos sombrios, além de algumas reviravoltas que nos prendem.

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A dublagem é muito bem executada e as vozes são condizentes com as personagens e casam bem com as interpretações. Podemos escolher o áudio entre inglês e alemão; português só rola nos textos da interface e nas legendas. Outro ponto a ser elogiado são os gráficos: o design é bonito e interessante e dá pra notar vários detalhes nos cenários e nas personagens. Mas as coisas boas terminam aqui. Por vários momentos nas batalhas o frame rate cai assustadoramente e tudo fica em câmera lenta. Faltou um cuidado maior nessa parte.

#xatiado

Se tratando de jogabilidade, este é justamente o ponto mais fraco do game. A qualidade cai tanto que a decepção toma conta da nossa alma. The Dwarves segue o gênero de combates em tempo real, oferecendo a opção de pausar a ação para planejar taticamente os ataques de seu grupo, que pode ter até quatro personagens. Achei a ideia bem legal ao mesmo tempo que mal implementada, não sendo nada intuitivo conseguir acertar esse planejamento logo no começo.

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O que mais chama a atenção, de forma negativa, é que não é possível “sentir” os ataques que desfere. Isso ocorre principalmente pelo fato do ataque ser automático. Você não consegue perceber e diferenciar uma movimentação da outra e tudo é muito confuso. Várias vezes fiquei apertando os botões achando que estava fazendo algo, quando na verdade só precisava indicar o que era pra ser feito sem maior interação. Pelo menos os controles não atrapalham: o gamepad atende bem as expectativas, apesar de achar que o ideal seria usar teclado e mouse (The Dwarves saiu também para PC). O sistema de câmeras é outra coisa que não ajuda, fazendo com que eu constantemente perdesse de vista meu guerreiro no tumulto da porradaria.

A dificuldade é outra coisa que pode frustrar muita gente. Mesmo no nível “Normal” tive problemas para passar da primeira missão, que funciona como tutorial. Não estou dizendo que ser difícil faz com que um jogo seja ruim, mas se juntarmos a esse fato os problemas de jogabilidade e os controles tudo muda de figura, para pior.

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Cadê a exploração?

Senti falta de uma maior exploração dos mapas e ambientes. Para ir de um lugar a outro a única possibilidade é clicar no destino no mapa, nada mais do que isso. Não dá para sair andando e evoluindo personagem, achando novos itens, treinando habilidades. Tudo isso é feito nas batalhas mesmo. Aliás, mais uma falha aqui: a personalização dos guerreiros é zero. Não dá para mudar nada e cada personagem evolui somente até o nível 10 com apenas cinco habilidades. É muito pouco para o gênero que o próprio jogo se propõe.

Enfim, The Dwarves tem uma boa história e uma ambientação bacana, mas merecia um maior capricho em seu desenvolvimento, maior atenção em sua jogabilidade e uma maior gama de possibilidades durante a jornada. Uma pena que seja assim, pois apesar do gênero não ser o meu preferido eu estava realmente empolgado para jogá-lo.

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