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O ressurgimento de vários jogos antigos na atual geração é uma carta que os fãs já estão cansados de ver. Temos jogos do primeiro PlayStation, Nintendo 64, Nintendo DS, PS2 e muitos outros voltando em versões remasterizadas e, alguns deles, sem capricho algum. A SNK, na contramão, decidiu trazer títulos do NEOGEO Pocket Color com uma qualidade absurda. Primeiro com SNK Gals’ Fighters e, agora, com a dupla The King of Fighters R-2 e Samurai Shodown 2!

Lançado em 1998, KOF R-2 tinha a árdua tarefa de fazer jus ao primeiro título e ao game que mais fazia sucesso nos fliperamas daquele ano. E, funcionando de uma forma maravilhosa, ele não fez por menos. Além de ser um ótimo revival, ele também mostra que dá para trazer de volta estes jogos que quase ninguém teve acesso, até pela raridade de encontrar um portátil desses à venda com preços justos atualmente.

Diversão ilimitada no portátil

Limitado pelo NEOGEO Pocket, The King of Fighters R-2 possui apenas dois botões de ataque e os direcionais para você mover. Porém, não se deixe enganar pelas poucas opções. Falo como alguém que cresceu se divertindo em jogos de luta, este usa tudo que a plataforma tem a oferecer para que não perca nada em experiência.

Os desenhos são muito bonitos, o som funciona bem até demais e nem dá a impressão que você está jogando algo do nível Game Boy, o ritmo é extremamente fluído e não experimentei nenhum bug ou lentidão em toda a gameplay. Sendo sincero, realmente é incrível como conseguiram tornar um jogo dos anos 90 em algo tão bem-feito sem perder o charme da época.

Imagem do review de The King of Fighters R-2
A beleza do jogo está em todos seus detalhes.

Seguindo o mesmo estilo clássico dos arcades, você pode formar o seu time escolhendo três personagens enquanto enfrenta os times que vão aparecendo pela sua frente. Com quatorze lutadores disponíveis logo de cara e mais nove desbloqueáveis, o fator replay vai te fazer retornar várias vezes para ter todos. Apesar de alguns serem formas diferentes dos que já estão permitidos no começo, é excelente o nível de aprimoramento que trabalharam pelas pequenas diferenças que carregam nos seus movimentos.

Você os desbloqueia de forma randômica, enquanto avança no modo arcade, então basta jogar várias vezes que eles vão aparecendo pela sua frente. Obviamente a falta de alguns favoritos será sentida, mas não tem nada que outro lutador tão querido quanto não o ajude a esquecer destes detalhes enquanto joga. Além disso, o estilo chibi que era uma das marcas registradas do NEOGEO Pocket caracteriza todos exatamente como são, não dando espaço algum para críticas ao design escolhido dos personagens.

Imagem do review de The King of Fighters R-2
O formato chibi deles é o charme do aparelho.

Outra opção muito bacana que foi inclusa nessa versão é o Making Mode, que permite que você pegue qualquer um dos 23 lutadores de The King of Fighters R-2 e personalize ele para ficar ao seu estilo. Claro que não existem tantas opções, afinal de contas os sprites e detalhes eram bem limitados na época e não chegam nem próximo ao nível dos games da atual geração, porém é o suficiente para que se afeiçoe a alguns deles.

Também há mais de 200 habilidades que você pode encontrar e equipar nos seus personagens nesse modo, causando uma imensa variedade de formas diferentes que poderá personalizar os lutadores. Assim como os desbloqueáveis, você as conquista conforme vai jogando e enfrentando seus oponentes. Como isso rola de forma aleatória, para conseguir todas vai acabar tornando a experiência em algo muito mais repetitivo, mas isso vai de cada um.

Imagem do review de The King of Fighters R-2
Personalizar é a chave para ser o Rei dos Lutadores.

Quem será o The King of Fighters?

O melhor mesmo é o multiplayer. Antigamente não era uma opção tão simples, mas no Nintendo Switch as coisas são diferentes. Na televisão você pode jogar da mesma forma como os demais games de luta. Porém, no modo portátil eles tomaram a decisão de colocar telas espelhadas para cada um ver em seu respectivo lado. Nessa, você não destaca os joy-cons, permitindo que até mesmo os usuários da versão Lite do aparelho possam se divertir.

Já um modo online, assim como SNK Gals’ Fighters, é inexistente. Sabemos que isso realmente não era uma opção antigamente, porém é um grande buraco que fica para um jogo tão bom e que merecia esse upgrade. Sendo sincero, é o único problema que ele apresenta, pois ter isso facilitaria demais a vida do pessoal que busca por partidas contra os melhores nesta época de pandemia.

Imagem do review de The King of Fighters R-2
Grande dia para quem quer jogar multiplayer com o Lite.

Porém, essa iniciativa da empresa é excepcional. Comentei no review de Gals’ Fighters e volto a repetir aqui, a Nintendo devia realizar o mesmo procedimento com títulos do Game Boy Color e o Advanced. São games baratos, com funções simples e que o Switch roda com uma fluidez espantosa. Confesso que várias vezes comparei mentalmente o título do NEOGEO Pocket com os demais games da franquia que eram mais completos e não senti tanto o peso das limitações assim.

Para terem uma ideia, até um guia digital é acompanhado pelo The King of Fighters R-2, assim como existiam os folhetos atrás da capa dos jogos. A sensação antiga de adquirir um game se intensifica ao extremo conforme você abre o arquivo e vai folheando. Para muitos, era a primeira coisa que faziam quando compravam qualquer título novo e aprendia os macetes, tinha dicas e artes exclusivas ali como sua experiência prévia antes de pegar no controle.

Imagem do review de The King of Fighters R-2
Quem viveu nos anos 90 sabe o quanto esses guias eram sagrados.

Devia ser um crime a SNK ter todo esse carinho e zelo em relação ao seu público, entregando não apenas o mesmo jogo, mas sim dando uma nova oportunidade para os fãs que amam suas franquias e a Nintendo estar só olhando. Eles trabalham no NES e SNES disponibilizados para o público que assina o online, sim, mas só quem tem a plataforma para dizer o quanto demora para surgir jogos novos e que realmente os fãs buscam. Donkey Kong Country, por exemplo, que devia estar no catálogo inicial chegou após mais de um ano que as assinaturas começaram.

Insisto que deem uma oportunidade a The King of Fighters R-2 e qualquer outro título que está sendo trazido nessa sequência chamada NEOGEO Pocket Color Selection. Além de muita qualidade no material e tudo estar rodando tão bem quanto os próprios jogos do Nintendo Switch, é uma grandiosa chance de conhecer um portátil que é raro de se encontrar e custa o olho da cara pela sua raridade.

Até o momento, apenas três títulos dessa seleção chegaram ao aparelho, mas existe espaço para muitos mais por aqui. Espero ansiosamente pelas adaptações de Metal Slug, SNK VS Capcom e até mesmo de Sonic para cobrirem as melhores franquias que passaram pelo portátil. Quem sabe este seja apenas o começo de grandes games do passado encontrando uma nova casa?

Imagem do review de Dicefolk

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