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Estamos passando por um momento importante na evolução da realidade virtual. Temos atualmente dezenas de jogos pipocando todo mês, mas estagnando em novidades e/ou gráficos. The Mage’s Tale veio tentar quebrar um pouco a mesmice oferecendo a possibilidade de explorar dungeons na pele de um mago aprendiz, associado a gráficos mais polidos. Seu maior concorrente seria talvez o Vanishing Realms, um VR RPG bastante elogiado e imersivo, porém com gráficos piores. Se um se unisse ao outro, ambos seriam jogos melhores.

A história de The Mage’s Tale é pífia: você e seu mago chefe são atacados por um inimigo, que acaba raptando seu mestre. Você sobrevive e, como todo aprendiz que se preze, tem que aprender a lutar, conjurar magias, explorar dungeon e resolver puzzles. Durante sua trajetória somos orientados por um goblin irritante, cujo diálogos são fracos e sem muito propósito. Vez ou outra rolam algumas passagens cômicas entre vocês. Entre uma fase e outra temos que coletar objetos para colocar na boca de um sapo (no melhor estilo Alladin) em um tapete mágico, que é teletransportado para onde você aprende e treina suas magias.

Imagem do jogo The Mage’s Tale
Este é o Goblin irritante que o acompanhará em sua jornada.

Eu quero mãos de verdade

O modo de aprendizado das magias é um tanto simples: os objetos coletados são depositados em um caldeirão de bruxa, mexemos com uma varinha de caveira e voilá, temos uma magia nova. Os gráficos e a forma de conjurar a magia são bem interessantes, porém o jogo peca na falta de legitimidade de suas mãos no ambiente virtual. Há muitos jogos onde inacreditavelmente suas mãos parecem estar dentro do jogo. Em Mage’s Tale isso não acontece. Conjurar a magia e a movimentação das mãos é muito superficial e artificial, acabando com a imersão. Isso sem citar as várias falhas de tracking, com mãos voadoras. Cheguei a ficar preocupado se o problema seria meus sensores do HTC VIVE, mas parece ser um bug do jogo mesmo – li relatos de problemas semelhantes em fóruns.

Imagem do jogo The Mage’s Tale
Engole essa, sapinho!

O sistema de locomoção é híbrido, podendo ser utilizado o locomotion ou teleporte. Isso pode causar um pouco de estranheza no início, pois você precisará desviar frequentemente dos inimigos. Por não ser muito intuitivo, tomamos umas na cabeça para aprender a se locomover de forma mais fluida, o que é de extrema importância para o bom andamento do jogo. Durante alguns momentos percebi glitches e bugs, principalmente na interação com os objetos do cenário. Os combates são o ponto forte do jogo e os inimigos, ao melhor estilo AD&D, fazem com que a diversão seja impulsionada. Há inclusive momentos onde somos atacados por vários goblins e caveiras e temos que realmente dominar a movimentação do personagem e a conjuração das magias simultaneamente para sobreviver.

A inXile Entertainment investiu bastante nos gráficos, com personagens detalhados e ambientes bastante interessantes para explorar. Entretanto deixou de tomar o devido cuidado com as já citadas mãos no ambiente virtual, que destoam da beleza ao conjurar magias. Com um botão apertado nós selecionamos um menu de 4 slots onde escolhemos as magias aprendidas, e à partir daí podemos conjurá-las em ambas as mãos. Infelizmente não é possível realizar o dual cast, apenas a mesma magia em ambas as mãos. Para compensar essa furada, a mão que não está sendo utilizada pode conjurar um escudo provisório.

Imagem do jogo The Mage’s Tale
Os puzzles são bem legais, mas muito fáceis.

The Mage’s Tale é um protótipo de VR Action RPG que decepciona pela simplicidade dos comandos e poucas magias. Sua duração até que é acima da média, cerca de 8 horas com puzzles muito fáceis e inimigos básicos. Os gráficos exuberantes certamente irão prender a atenção do jogador, porém é inevitável olhar para este game como uma grande ideia inacabada.

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