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Aqui está algo que não se vê todo dia: um RPG misturado com jogo musical. Mais raro ainda é eu jogar esse tipo de game. A fusão esquisita entre um game rítmico e RPG resultou em The Metronomicon: Slay the Dance Floor, que nos traz batalhas dançantes contra monstros de vários tipos. Essa é a primeira vez que ponho as mãos em um título assim e devo confessar que provavelmente passarei muito tempo longe de outro.

Dança dos Famosos

A história é bem simplória: vários monstros estão aterrorizando a terra de Versa e os humanos estão com medo por suas vidas. Seu papel é reunir um grupo de quatro jovens que acabaram de se formar na academia de dança e conseguir livrar esta terra da ameaça.

O grupo deve “explorar” cinco dungeons eliminando os monstros que habitam cada uma delas. Escrevi entre parênteses porque na verdade não há exploração; você entra em uma dungeon e vai batalhando os inimigos que ficam por lá. As lutas são todas baseadas nas músicas que tocam e devemos seguir o ritmo apertando corretamente os botões em ordem conforme vão aparecendo na tela. Algo como fazemos em Guitar Hero e Dance Dance Revolution.

E nessa casa tem goteira! Pinga ni mim!

Para mim o grande problema aqui, além do fato de não haver exploração nenhuma, é que não conseguia prestar atenção nos personagens, nos monstros ou cenários. O tempo todo era preciso ficar ligado só nas notas musicais para não perder nenhum ataque. Isso fazia com que não conseguisse aproveitar tudo que estava acontecendo.

Cada monstro tem sua fraqueza e é preciso saber qual ataque usar para ter maior eficiência. Como todo RPG que se preza, cada personagem tem suas características, como magia e cura, por exemplo. E podemos equipar cada um com três habilidades diferentes. É importante saber dosar e escolher corretamente para não sofrer nas batalhas.

Indie até nas músicas

Mas vamos falar das músicas. O setlist é formado por músicas eletrônicas da cena indie, Como DJ Cutman e Shiny Toy Guns, e eu não conhecia nenhuma delas. Isso também se mostrou uma dificuldade, já que se conhecemos previamente as faixas musicais fica mais fácil acompanhar o ritmo. Dando um desconto, games independentes não costumam ter um grande orçamento, portanto ficaria complicado pagar direitos autorais para faixas do Daft Punk ou David Guetta, só para citar alguns.

The winter is coming!

Antes de começar cada batalha é preciso selecionar a música, e cada uma tem um nível de dificuldade. Após isso você enfrenta um ou vários inimigos que vão aparecendo enquanto a música durar, seu objetivo é derrotar um a um e sobreviver até o final. E ao fazer isso, novas músicas e desafios vão sendo liberados.

Para cada nota musical é possível usar os botões ou os direcionais para jogar, vai de cada pessoa escolher como prefere e qual forma acha mais eficiente. Em vários casos não dá para escolher muito, já que é preciso apertar mais de uma opção ao mesmo tempo e em diferentes direções. É preciso ter habilidade e reflexos rápidos, como todo jogo rítmico. Uma vantagem é que The Metronomicon: Slay the Dance Floor tem suporte aos periféricos de Rock Band 4. Quem tiver um desses parado em casa pode usar, deixando a jogabilidade mais prazerosa.

Não podem faltar os upgrades nem o multiplayer

Ao avançar pela história do game novas habilidades são desbloqueadas, como ataques com mais de um personagem ao mesmo tempo e um laboratório para criação de novos armamentos e armaduras. Também recebemos créditos que servem para upgrades na universidade.

Modelando…

Também é possível jogar com a ajuda de um amigo no modo co-op, tanto no modo de história quanto no freeplay. A segunda pessoa atua ajudando o jogador principal nas batalhas, dançando e lutando contra os monstros. Não é preciso começar a partida já com outra pessoa, ela pode acessar a jogatina a qualquer momento e sair quando quiser. Não existe um progresso somente para este modo, e sim um principal. Está com dificuldade para derrotar um chefe? Chame um dançarino melhor que você e juntos terão uma maior chance. Depois ele pode sair e você continuar normalmente a aventura.

Pouca malemolência

Por se tratar de um game musical achei que as animações seriam bem caprichadas, mas me enganei. Não gostei da forma como os personagens se movem e dançam; pareciam até comigo tentando fazer algo decente em uma pista de dança. Eles se mostram bastante “engessados” e isso me incomodou muito. Ok, é uma decisão de design, mas que definitivamente me incomodou.

Amiga, vamos botar as aranhas pra brigar?

A arte também é algo que deixa a desejar. Os cenários legais, bem coloridos e brilhantes, mas achei as expressões faciais sem graça e feias, como se a equipe de desenvolvimento não tivesse dado muita atenção a esse aspecto. É difícil dizer exatamente porque The Metronomicon: Slay the Dance Floor não me causou uma boa impressão. Talvez seja pela falta de exploração, talvez porque achei os controles muito confusos, ou mesmo porque esperava algo diferente do que vinha acompanhando nos vídeos de divulgação.

O fato é que, pra mim, o jogo poderia ser muito mais feliz na mistura com RPG. Felizmente, não é um título dispensável como outros indies que joguei este ano. Apenas o considero um jogo que divertirá em especial os fã de jogos rítmicos. Se você não é fã do gênero, que é o meu caso, terminar este jogo será uma tarefa cansativa e de pouca satisfação.

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