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Joguinho clássico saindo na atual geração? Pode contar comigo! Ainda mais se for um fliperama que nunca vi a cor, como The Ninja Warriors. Lançado pela Taito em 1987, o arcade fez sucesso pela inovação da cabine triple-wide, com 3 telas uma ao lado da outra, deixando o side-scrolling ainda mais interessante. Naquele ano, a Taito também havia lançado Darius com a mesma tecnologia. O remaster Return of the Warriors, porém, é baseado no port de Super Nintendo lançado em 1994. Bem que eu gostaria de testar a versão original de arcade no Switch, mas não dá para negar que a versão de SNES é a mais divertida e robusta.

No fliperama, você possui apenas alguns movimentos básicos e pode arremessar estrelas ninja. Já no game de SNES, a desenvolvedora Natsume não só retrabalhou o visual e sons como aprimorou o gameplay adicionando golpes especiais ativados através de uma barra de bateria que enche aos poucos. Na época, a imprensa considerou o game como um remake e sequência, de tão diferente que ficou. E seu gameplay, preciso e com características de jogos de luta, contribuiu para a evolução do gênero Beat ‘em up.

Um remaster de respeito

Lançado em julho deste ano no Japão, sob o título The Ninja Warriors Once Again, o game finalmente chegou ao ocidente e intitulado The Ninja Saviors: Return of the Warriors. Uma verdadeira bagunça com o nome, mas o que importa é que este remaster apresenta gráficos redesenhados para o formato widescreen (16:9), multiplayer co-op local para dois jogadores (no SNES, o game é singleplayer), a trilha original de arcade e SNES para tocar de fundo e um sistema de ranking para disputar o tempo de conclusão de cada estágio.

Imagem do jogo The Ninja Saviors: Return of the Warriors
Parece uma luta injusta para Kunoichi, mas não é.

Os três personagens iniciais são Ninja, Kunoichi e Kamaitachi. Ninja é lento porém forte; utiliza um nunchaku como arma particular. Kunoichi é uma ninja balanceada, que utiliza uma katana, facas e arremessa shurikens. Por fim, Kamaitachi é o mais rápido e fraco dos três; dispõe de lâminas nos braços e é excelente para combos. O legal é que, independentemente de qual androide escolher, todos conseguem levantar veículos e itens pesados do cenário pra arremessar nos adversários.

Há também dois novos personagens, a ninja baixinha Yaksha e o colossal robozão shinobi Raiden, ambos com gameplay distintos (um balanceado e o outro super lento, respectivamente). Yaksha, que utiliza tentáculos robóticos inspirados no Doutor Octopus, é destravada após concluir o jogo na dificuldade Normal. O Raiden dá mais trabalho para destravar, sendo necessário terminar o game no Hard. E apesar dele ocupar boa parte da tela, leva tempo pra se acostumar com seus golpes de agarrão.

Embora o gameplay pareça simples de início, é possível montar combos inclusive com golpe aéreo, dar um dash, bloquear ataques e ativar especiais gastando parte da barra de bateria. Tais especiais, mais de um para cada personagem, funcionam de formas diferentes: Kamaitachi solta espinhos pelas costas, acertando inimigos no chão e no ar, impedindo um ataque indefensável. Já o especial com barra cheia funciona igual para todos: uma explosão que atinge todos os inimigos em tela.

Imagem do jogo The Ninja Saviors: Return of the Warriors
O segredo é sair girando como um ventilador pra cima dos inimigos.

Pixel art com animações gloriosas

O que mais me chamou a atenção em The Ninja Saviors: Return of the Warriors foram as mudanças nas animações dos personagens. Agora os robôs possuem mais vida, mesmo quando estão parados no cenário: é incrível o nível das animações em pixel art, como o cabelo loiro e a roupa ninja de Kunoichi tremulando ao vento. O mesmo ocorre com os inimigos e chefões, todos recheados de detalhes em seus ciclos de movimentos.

Vale citar que o remaster não possui a censura que rolou no ocidente no passado, trazendo de volta as inimigas femininas e com detalhes em todas as curvas possíveis. Yaksha é a prova disso, com seu enorme busto sofrendo os efeitos da física ao andar.

Imagem do jogo The Ninja Saviors: Return of the Warriors
Raiden brincando com seus novos bonequinhos.

Ao total o game possui 8 fases, seguindo a tradicional fórmula de andar batendo em todo mundo até chegar no chefão de cada estágio. Aliás, eles são bem criativos e exigem táticas diferentes para serem vencidos. Não tem função rebobinar nem nada, mas fica tranquilo que o continue é infinito. Em termos de dificuldade, o game só fica desafiador mesmo no Hard. Inclusive a variedade e quantidade de inimigos nesta dificuldade muda completamente, com adversários mais fortes aparecendo logo na primeira fase, por exemplo.

The Ninja Saviors: Return of the Warriors é um remaster exemplar, que realmente dá um grau na obra original e traz uma série de novidades. E não seria diferente, uma vez que a revitalização ficou aos cuidados dos desenvolvedores originais da Tengo Project. Pena este ser um jogo curto, cujo a duração se estende apenas por conta da adição dos dois personagens bônus e o ranking online com os melhores tempos por fase. Ainda assim, é um remaster imperdível pra quem curte pancadaria.

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