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The Saboteur, o último game da Pandemic Studios, nos leva de volta ao período da Segunda Guerra Mundial. Na pele do protagonista Sean Devlin, o jogador deve deter os nazistas em plena ocupação da França. Apesar do tema super batido, o game consegue entregar uma nova experiência, com boas idéias e personalidade própria.

Na história, Sean é um irlandês que faz parte de um grupo de corredores de Paris. Durante a última volta de uma corrida em Saarbrucken (Alemanha), a qual Sean lidera o primeiro lugar, o adversário Kurt Dierker atira no pneu de seu carro para vencer a prova. Inconformado, Sean e seu melhor amigo, Jules, invadem a mansão do competidor pilantra para dar o troco: eles roubam o seu carro de corrida e o arremessa penhasco abaixo.

Os dois são detidos em flagra e torturados por Kurt, que se revela um nazista do pior tipo. Jules acaba confessando ser um agente da Inteligência Militar Inglesa infiltrado na França, enquanto Sean nega a informação. Jules é morto e, no último instante, Sean consegue fugir. Ele então salva Vittore e a irmã de Jules, Veronique, de uma confusão num bar lotado de soldados nazistas. Os três fogem para Paris e se abrigam no bordel Belle The Nuit. Meses depois, o ex-corredor é um alcoólatra desmotivado para a vida. É quando aparece Luc Gaudin, um membro da resistência francesa que o incentiva a lutar contra os nazistas.

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O jogo começa neste exato momento, em que Luc o conduz à primeira missão/tutorial: explodir um galpão dos nazistas lotado de galões de gasolina. Após completar esta missão, Sean se depara com a corredora inglesa Skylar, um antigo caso amoroso. Ela o seduz e o entorpece, levando-o ao seu líder Bishop. Ele então conta que Skylar é uma oficial da Inteligência Inglesa e oferece a seguinte proposta: seguir suas ordens e missões em troca de ajuda para vingar a morte de Jules, matando Kurt. Então o jogo volta no tempo e apresenta a história que contei, da corrida à fuga para Paris.

The Saboteur oferece um excelente enredo. A história do game é tão boa que funcionaria também como um filme noir ambientado na charmosa Paris de 1942. O único problema aqui são os diálogos, que não convencem muito. Carros antigos, ruas de paralelepípedo, centros urbanos e comerciantes de rua, entre outros exemplos, dão vida à cidade. Paris pode ser explorada livremente graças ao formato open world que o jogo oferece. Um mapa exibe todos os cantos da cidade, assim como lojas, objetivos, contatos, e assim por diante. Não há como se perder.

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As missões consistem em explodir coisas (carregamentos, depósitos, radares, torres, etc), roubar informações, resgatar reféns e prisioneiros, matar um determinado alvo sem ser visto, entre outros exemplos. Felizmente, as missões não se repetem com freqüência e estão sempre dentro do contexto da história. A continuidade dos fatos impede que você enjoe rápido do game. E, ao completar uma missão, a área em preto e branco é tomada pelas cores reais (efeito semelhante ao novo Prince of Persia). Um conceito já comum, mas bem utilizado no game.

Sean dispõe de golpes de soco e chute, pode escalar qualquer coisa, roubar carros, plantar bombas e usar armas de fogo. No combate corpo a corpo, o jogo começa a demonstrar suas primeiras falhas. O sistema de trava no inimigo funciona perfeitamente, mas os golpes de Sean são muito lentos. Já as armas de fogo funcionam com mais precisão. Só é um pouco estranho não haver um botão para recarregar a sua arma (isso acontece automaticamente).

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Ainda falando sobre as armas, elas podem ser melhoradas com os upgrades compráveis, que aumentam a capacidade das armas. O game oferece também 10 tipos de perks, que conferem mais habilidades ao protagonista: novos golpes, maior precisão nas corridas, maior chance de escapar dos nazistas, entre outros. A interface ajuda bastante, seja na hora de trocar de arma ou chamar reforço. O sistema furtivo, felizmente, também funciona bem. Você pode atordoar um nazista distraído e roubar sua roupa para entrar disfarçado em locais onde apenas os nazistas entram. Sem o disfarce, certas missões são praticamente impossíveis. E ser perseguido por eles, após dispararem o alarme, é um verdadeiro pé no saco. É nestas horas que os esconderijos e bordeis são indispensáveis.

The Saboteur oferece cerca de 10 horas de jogo, tempo mais que o suficiente para divertir os interessados no título. É um game que poderia ser melhor se não apresentasse bugs com tanta frequência. É comum ver um soldado nazista ficar parado em plena ação, por exemplo. Os gráficos, granulados demais para a atual geração, também causa certo incômodo. Estas falhas de produção podem até estar relacionadas à pressão da EA e o fechamento da Pandemic, mas é lamentável ver um bom jogo sendo desperdiçado desta forma. Mesmo assim, eu indico aos jogadores que gostam da fórmula que ele oferece.

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