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Imagina só você iniciar um jogo e de cara receber a informação de que ele contém temas como depressão, suicídio e saúde mental abalada. Para completar, ainda pede que o jogador esteja atento a seu estado psicológico já que ao jogar pode acabar sofrendo de algum desses males.

Felizmente não acaba aqui. Os próprios desenvolvedores avisam que apesar disso tudo, The Thin Silence é um game sobre esperança. Pensando justamente nisso vem algo bem interessante: o título faz campanha para uma ONG australiana chamada CheckPoint, uma iniciativa que, entre outras coisas, usa o que os games podem proporcionar para combater doenças como depressão.

Fiquei realmente feliz em ler sobre essa iniciativa direto no menu About em The Thin Silence, não sei se aguentaria mais um RiME em minha vida. A partir desse ponto passei a ver esse título da TwoPM Studios de uma forma totalmente diferente.

Imagem do jogo The Thin Silence
Aquele é o Raul Castro?

O som do silêncio

The Thin Silence é sobre uma jornada vivida pelo protagonista Ezra: é preciso encarar os problemas e os fracassos, e descobrir o que fez com que ele chegasse ao ponto que chegou, para depois disso buscar a esperança de se livrar disso. De acordo com a produtora, a ideia é que a gente tenha uma experiência de contemplação. Temos que acompanhar Ezra, que encara momentos difíceis um a um, ultrapassando cada obstáculo só para chegar até o próximo. Nesse caminho vamos descobrindo mais sobre nossa personagem e respostas para nossos questionamentos, tudo em buscar da redenção.

A aventura começa quando estamos perdidos em uma caverna e precisamos descobrir justamente o que houve, o porquê fomos parar tão fundo. Claramente inspirado em jogos como Limbo, este adventure cheio de puzzles nos incentiva a explorar cada um dos cantos e localizar seus segredos para seguirmos em frente.

Quando falo em descobrir segredos, estou incluindo os itens que vamos achando e nos ajudam a continuar. Como por exemplo uma bota, que serve justamente para chutar algumas coisas que ficam na nossa frente. Também podemos usar ganchos para escalar determinadas rochas.

Imagem do jogo The Thin Silence
Chuta que é macumba!

Mas não para por aí. Tudo fica mais interessante quando descobrimos que é possível combinar esses itens para criar algo ainda melhor. Precisa lançar o gancho para puxar algo? Simples, ache a corda e crie uma “linha de pesca”. Que tal umas botas com upgrade que são capazes de te fazer subir em grades? Basta misturar esses calçados com o gancho que achou.

O interessante é que após usar o item ele não some, continua existindo em sua forma original e na combinada, não importando quantas coisas você foi capaz de construir, o que cria uma enorme gama de possibilidades. The Thin Silence te incentiva a procurar novas formas de combinação, de crafting, e não precisa ser com somente dois objetos. É possível criar itens juntando até três peças diferentes.

Imnagem do jogo The Thin Silence
Eu me equilibrando para pagar os boletos.

E justamente estas ferramentas são primordiais para que possamos resolver os puzzles. É preciso saber exatamente qual utilizar, o momento certo de usar e, principalmente, onde usar. Aliás, esses puzzles não são extremamente complicados, mas chegam a dificultar um pouco nossa vida, fazendo a gente botar o cérebro para funcionar ao resolver cada quebra-cabeça apresentado.

Ô agonia!

Agonia, isso foi algo que senti em vários momentos nas quase cinco horas de jogatina. Agonia e tristeza. Parece que tudo foi criado com a intenção de te causar esses sentimentos ruins. As excepcionais músicas e os ótimos efeitos sonoros casam perfeitamente com a ambientação e contribuem em muito para que seja criado o clima necessário.

E quanto aos gráficos? Sei que já andei reclamando do excesso de pixel art que vemos hoje em dia, mas The Thin Silence não poderia ter sido feito de outra forma. Não consigo imaginar esse jogo usando outro estilo, uma escolha perfeita e que causa um impacto forte, angustiante, inclusive apelando para uma movimentação arrastada e lenta.

Apesar de ser um game bem leve, notei alguns pequenos problemas ao tentar executar certas ações, como quando tentava trocar o item a ser utilizado. O botão LB do controle que utilizei era o responsável pela troca rápida dos equipamentos, mas às vezes esse comando falhava e, mesmo tentando dois controles diferentes, em certos momentos era preciso insistir na ação. Pelo menos não é preciso agilidade nesses momentos, podendo jogar com calma, então esse problema, apesar de irritante, não me atrapalhou tanto.

Imagem do jogo The Thin Silence
Homem-Aranha, Homem-Aranha, nunca bate, só apanha!

Afinal, aonde isso tudo nos leva? Bom, infelizmente não posso falar, pois estragaria vários aspectos do jogo, mas posso garantir que não me arrependo nem um pouco pelas horas que gastei seguindo a narrativa dessa jornada.

Mesmo que por várias vezes tenha me sentido mal e até cansado mentalmente, principalmente quando me dedicava a ler com atenção cada uma das páginas de um certo livro que estão espalhadas pelos cenários. Dica: não deixe de procurar por todas e preste atenção em cada uma das suas linhas.

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