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Alguns animes são realmente marcantes, seja pelas incríveis narrativas, batalhas épicas ou número de capítulos. Assim sendo, sempre ficamos animados quando vemos um jogo de algum título que gostamos ser anunciado. O que provavelmente não foi o caso com os fãs da série Tokyo Ghoul. TOKYO GHOUL: re [CALL to EXIST] é o novo jogo baseado na série de mangás criados por Sui Ishida.

Diferente de muitos outros títulos de anime, TOKYO GHOUL: re [CALL to EXIST] recebeu pouca divulgação e é possível ver o porquê. Englobando os eventos principais da história e permitindo aos jogadores a criação de personagens próprios, TOKYO GHOUL: re [CALL to EXIST] é uma boa ideia, mal aproveitada.

Me diga então, como fiquei assim…

Tokyo Ghoul é uma daquelas séries de mangá oito ou oitenta. Ou se ama, ou se odeia. Assim, como bom degustador da arte de quadrinhos japoneses, tive minha parte de volumes de Tokyo Ghoul antes de chutar o balde. Infelizmente não foi pra mim, mas me lembro de vários amigos abraçando a série.

TOKYO GHOUL: re [CALL to EXIST] traz toda a saga de Kaneki, o protagonista do mangá em sua jornada de humano comum a Ghoul. Sempre se referindo à obra de Kafka “Metamorfose” como uma alusão a sua transformação, Kaneki deixa de ser um simples colegial. Após ser atacado por uma Ghoul que deseja se alimentar dele, o destino sorri para o jovem.

Imagem do review de Tokyo Ghoul
Muito bom acionar o painel através da parede, mesmo ele estando 2 metros à minha direita.

Assim que acorda no hospital, Kaneki descobre que a Ghoul que o atacou havia morrido em um acidente no mesmo instante. Logo, para evitar que o mesmo morresse, ele recebeu alguns órgãos da falecida, tornando-se um humano/ghoul. A partir daí, o jogo já pula para uma parte mais adiante do anime, mais precisamente para quando Kaneki se separa de seus primeiros companheiros.

Cheiro de carne podre

TOKYO GHOUL: re [CALL to EXIST] se divide em dois modos principais de jogo. Primeiro em memórias, os jogadores podem revisitar momentos marcantes da trama, e juntamente com outros personagens marcantes da série, “vivenciar” de perto os combates. O outro modo é chamado subsistência, e é o foco maior dentro do jogo, permitindo que o jogador crie seu próprio Ghoul, investigador ou Quinx.

Imagem do review de Tokyo Ghoul
As máscaras de alguns personagens já vem desbloqueadas.

Ghouls possuem armas criadas a partir de seus próprios corpos, chamadas de Kakuhou. Os investigadores, por sua vez, utilizam as Quinques, armas criadas a partir de Kakuhous de Ghouls mortos. E os Quinx são capazes de utilizar ambas as armas. O jogador pode criar um personagem de cada classe, personalizando suas roupas, gênero e aparência.

No modo subsistência, os jogadores poderão agir em missões solo ou multiplayer, resgatando NPCs, lutando contra os inimigos das outras duas facções fora as suas, e coletando materiais para aprimorar habilidades e equipamentos. Há ainda mais a se fazer com os triunfos, uma série de ações in-game que devem ser realizadas frequentemente. Afinal, a cada novo triunfo completado, um novo item visual, arma, roupa ou máscara será liberado.

Imagem do review de Tokyo Ghoul
Alguns segmentos de TOKYO GHOUL: re [CALL to EXIST] são em visual novel.

Acho que prefiro um café

A princípio, TOKYO GHOUL: re [CALL to EXIST], assim como outros jogos de anime, me deixou animado. No entanto, logo que iniciei o jogo, o mesmo ânimo foi embora rapidamente. Assim como outras adaptações de animes feitas pela Bandai, TOKYO GHOUL: re [CALL to EXIST] é um jogo de aventura. Produzido pela Three Rings, TOKYO GHOUL: re [CALL to EXIST] tem uma premissa interessante, mas não é capaz de entregá-la.

O grande ponto fraco do jogo, em minha experiência, foi logo de cara a inconsistência do frame rate e o combate repetitivo, com má detecção presente na jogatina. Muitas vezes os ataques não conectavam ao inimigo, e os movimentos dos personagens são errôneos e estranhos, mesmo com a mira travada no oponente. Bem como os ataques especiais e a longa distância, que vez ou outra acertavam, uma experiência bem distante daquela prometida no trailer.

Bonde dozotaku!

O jogo permite que lutemos tanto corporalmente ou a longa distância com os inimigos. Mas a má reprodução in-game disto torna qualquer diversão impossível em TOKYO GHOUL re [CALL to EXIST]. Outro grande problema é a maneira estranha com a qual os especiais funcionam, muitas vezes praticamente derrotam o oponente, e em outras é como se nunca tivessem sido usados.

Os gráficos são decentes, mas deixam muito a desejar se comparados a outros títulos, como os jogos da série Naruto ou One Piece, e até mesmo Jump Force, que é um jogo do qual quero distância, é visualmente mais agradável. Já a trilha sonora não possui diferencial ou algo que seja realmente chamativo, logo acaba passando despercebida no produto final.

Por algum motivo, esse monstro enorme fala com uma voz de garotinha.

Um verdadeiro Ghoul?

Outro fator importante de se ressaltar é o modo online de TOKYO GHOUL re [CALL to EXIST]. Não acredito que haja uma trava regional no jogo, pois os servidores estão vazios. Não é possível encontrar ninguém online, mas os scores ainda estão lá, o que prova que no curto espaço de vida de seu lançamento até hoje, rolaram algumas partidas online.

No fim, TOKYO GHOUL re [CALL to EXIST] é uma tentativa interessante e bem pensada de se trazer um novo título inovador da série. O problema está em sua execução. Assim que se compara o jogo com o trailer, é fácil se decepcionar com o material entregue, mas isso não quer dizer que seja o fim. Ainda espero um título como este, mas que elimine pelo menos a grande parte dos problemas.

Imagem do review de Dicefolk

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