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Touhou Hyouibana ~ Antinomy of Common Flowers foi um verdadeiro desafio que se prostrou diante de mim nos últimos dias. Tanto em narrativa, quanto gameplay e categorização, afinal de contas estamos falando de um dos games mais de nicho do mercado. O jogo de 2017 surgiu da antiga união entre Twilight Frontier e Team Shanghai Alice, através de um acordo antigo, trazendo inúmeros jogos de luta spin off para a famosa série de bullet hell. Sendo assim, temos agora uma continuação direta dos eventos ocorridos em Urban Legend in Limbo.

Usando as personagens fofinhas disponíveis, embarquei em uma viagem em busca de respostas a um rumor. Antinomy of Common Flowers mistura o gênero bullet hell com jogos de luta, criando desta forma um dos títulos mais interessantes que vi nos últimos tempos.

Os mistérios de Touhou Hyouibana

Mas antes de tudo, o que é Tohou? Falando bem por cima, Tohou é uma série de jogos originalmente do gênero bullet hell, criada por Jun’ya Ota, mais conhecido por ZUN. Originalmente ZUN desejava ser compositor de música para games, mas este plano acabou não florescendo. Então durante Comiket, o maior evento de Doujin do Japão, lá ele introduziu a série para o mundo usando um NEC PC-9801.

Hoje em dia, a série Doujin, por compartilhar da ideia de licença livre, possui inúmeros derivados, sejam eles mangas, jogos, animes e trilhas sonoras. Todos se passam no mundo de Gensokyo, onde poderosas Bishoujos, geralmente sacerdotisas, bruxas ou espíritos de jovens donzelas, lutam contra Yokais. Em Antinomy of Common Flowers, desta vez elas irão se enfrentar para descobrir mais sobre o estranho efeito da Possessão Perfeita.

As mais famosas protagonistas da série, Reimu Hakurei e Marisa Kirisame, protagonizam a primeira parte da história. Nesse começo, elas buscam entender a origem do evento conhecido como Possessão Perfeita. Assim como o nome sugere, o fenômeno permite que alguém assuma o local de outra pessoa a qualquer momento, controlando não só a mente e corpo desta pessoa, mas sim trocando completamente de lugar, evitando todo dano ou mazelas direcionadas a ele.

A dupla de protagonistas acaba dominando a habilidade e passa a usa-la para buscar respostas para o incidente e evitar que outras pessoas tirem proveito desta habilidade. Intituladas como A Dupla Mais Forte, elas seguem batalhando contra yokais, donzelas e o que quer que se coloque em sua frente. Entretanto, após terminar de jogar o arcade com elas, outras duplas serão liberadas, aumentando em muito o fator replay.

Reza que passa

Cada dupla possui sua própria história a ser contada, o que expande em muito o leque de situações apresentadas. No entanto, o que rouba mesmo a cena é a mecânica de combate implementada no game. Uma verdadeira fusão de bullet hell com jogos de luta, sendo na verdade uma continuação, mas também uma versão mais aprimorada de Touhou Shinpiroku ~ Urban Legend in Limbo.

Com isso, o cenário se divide em três níveis sendo ele o médio, alto e baixo. Nos estágios, os jogadores flutuam entre esse níveis para poder emboscar ou desviar dos ataques de oponentes, enquanto usam as combinações de ataques, habilidades e projeteis altos ou baixos para lançar formas diversas de golpes. Tudo isso, claro, respeitando a barra de cooldown que se encontra sobre os medidores de super.

Com os medidores de super, é possível usar as cartas de habilidades. Cada personagem pode escolher uma entre três delas antes de cada combate, cada qual uma habilidade mais poderosa que a outra. Eu pessoalmente usei pouco dos especiais supremos, aqui chamados de Last Words, de cada personagem. Além de ser algo muito trabalhoso de se fazer, requer paciência.

Gosto de maçã podre

Usando a personagem que mais gostei, Ichirin Kumoi, com possessão de Reisen Inaba, consegui cobrir muito bem tanto ataques ofensivos quanto zoners. Como quando usava a habilidade de Ichirin, no qual ela usa o enorme braço de um Nyuudou para manter o oponente a distância, enquanto avançava para um agarrão ou combo. No inicio, essa fusão de estilos pode deixar muita gente confusa, mas é uma experiência que vale a pena.

Visualmente podemos ver a forte influência do universo Doujin na série. Com gráficos muito semelhantes a animes Shoujo, é fácil entender por que os fãs amam as jovens Bishoujos da série. Já que o forte de ZUN não é a parte gráfica, mas sim a sonora, como sempre as trilhas são surpreendentemente boas, mesmo em seu estado “cru”. Não temos Bad Apple, mas temos inúmeras outras que irão mais uma vez sacudir os fãs da série.

Touhou Hyouibana ~ Antinomy of Common Flowers é uma experiência muito interessante para o gênero de jogos de luta. Com seu inovador sistema de combate aéreo, mesmo não sendo o primeiro a faze-lo, talvez seja o mais focado no mesmo. Infelizmente creio que o jogo não vá atingir uma fan-base tão alta quanto outros, já que pode acabar não sendo um nicho muito explorado por aqui, mas para quem o experimentar, com certeza será uma experiência memorável.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024