Skip to main content

Desde a série Portal, nunca mais joguei um jogo de quebra-cabeças com elementos de física. Aquela foi uma viagem fantástica, preciso dizer logo. Portal 2 só ampliou e melhorou tudo o que o primeiro fez. E por que estou falando de Portal? Porque Venineth bebe claramente na mesma fonte, com resultados diferentes.

Venineth é, como dito, um jogo de quebra-cabeças com elementos de física. Você comanda uma bolinha de metal através de paisagens alienígenas, acompanhado por uma trilha sonora que tenta ser também alienígena mas que no fim parece tirada de um fim de noite de rave ruim. Sim, a música é sem graça, desculpem.

Paisagens e escolhas áridas

Logo de cara, quando começa o jogo, é surpreendido por um menu que parece ter sido feito em outro mundo. Você demora um bom tempo tentando entender aquelas letras altamente estilizadas e os símbolos. Mas com um pouco de boa vontade – tive muita – consegui descobrir como fazia para o jogo ocupar toda a tela.

Imagem do jogo Venineth
O jogo não sai muito do clichê “ambiente desértico”.

Mas isso não tira o fato de que boa parte dos símbolos são quase ininteligíveis, como os que aparecem logo quando você vai começar o jogo. Por uns momentos, fiquei parado pensando em qual escolher: o vermelho da esquerda ou o verde da direita? Achei melhor ir pelo verde e no fim pareceu ser a decisão mais sensata.

Física pra que te quero

O jogo enfim começa com a já dita bolinha metálica numa paisagem desértica. Infelizmente, as coisas não mudam muito durante o resto da viagem, sendo as únicas variações os rios de lava ou os poços de ácido. Custava fazer o jogo começar numa selva tropical? Não entendo a associação de alienígena com desértico. Mas isso sou eu.

O grande ponto de venda de Venineth é ser um jogo de quebra-cabeças que se apóia em física real, ou o quão real um computador pode simular física. Jogos que fizeram isso de maneira magistral foram Portal 1 e 2. Esses jogos são o que eu chamaria de perfeitos no que propuseram. Venineth ainda aumenta as coisas adicionando elementos de plataforma, como se sua bolinha fosse um pequeno Mario esférico e metálico.

Imagem do jogo Venineth
Entre as fases, temos essas sequências no espaço – porque sim.

Você anda com sua bolinha por paisagens desérticas tentando resolver quebra-cabeças. Não tem a profundidade de história que Portal tem, mas nem tem como pedir isso do jogo. Os problemas começam nas partes de plataforma. Coisas que são simples em outros jogos, como pular de uma plataforma para outra, tornam-se extremamente irritantes aqui.

O fato é que é muito difícil controlar a bolinha. Não importa o terreno em que você está, sempre parece que estamos andando num chão completamente liso e ensaboado. A esfera responde muito mal aos comandos ou simplesmente não responde, correndo feito louca para o abismo próximo. Perdi a conta das vezes em que me frustrei tentando acertar os saltos de uma plataforma para a outra para ver a bola simplesmente correr sem controle rumo ao nada.

Imagem do jogo Venineth
Nem são os quebra-cabeças o maior desafio, mas passar pelas plataformas.

É preciso dizer que mesmo Venineth, abusando do clichê paisagem alienígena deserta, o faz de maneira bem eficaz. Os cenários são bem construídos e muitas vezes parei para simplesmente admirar o ambiente. Talvez optar por paisagens mais vazias facilite alguma coisa ao se construir os gráficos mais bonitos.

Outra coisa é a música. Sempre que ela tocava, vinha à minha cabeça uma série de ficção científica cafona dos anos 60 que passava no SBT. Acho que o nome é Ark II. Sim, entreguei a idade… Enfim, na série um grupo de jovens viajava num caminhão futurista por um mundo devastado. O que quero dizer é que a música parece tirada de uma série dessas antigas. Não tem nada que você possa dizer que é original e interessante.

Tentando resolver os problemas

Imagem do jogo Venineth
Penso que, se não fosse a bolinha, o jogo seria muito melhor.

Venineth seria um bom quebra-cabeças se não tivesse optado por usar física como um dos elementos do jogo, ou pelo menos se a física tivesse sido melhor implementada. Voltando a Portal, o jogo também usa física mas você o tempo todo tem o controle do seu personagem, algo que quase não acontece em Venineth.

Talvez tenha algum apelo para jogadores extremamente hardcore, que não se importam com o fato de não conseguir pular de uma plataforma para outra. Mas a maioria das pessoas gostaria de poder ter controle. Fora isso, é um jogo bem normal. Por fim, não fossem esses problemas, Venineth até seria um bom jogo, visto que seus quebra-cabeças até são bons e criativos. Uma pena.

Review – Fallout: 1ª Temporada

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.15/04/2024
Harold Halibut

Review – Harold Halibut

Carlos AquinoCarlos Aquino15/04/2024