O espaço, a fronteira final. Sentado no cockpit, o piloto faz suas últimas preparações antes de decolar. Tudo estar de acordo não garantiria apenas tranquilidade, mas também a sua vida. Afinal, ele não está dentro de uma nave e sim de um robô gigante. Verificando os últimos detalhes, ouve uma voz vindo do convés avisando sobre o lançamento. Ele se ajeita rapidamente, pois lá fora não haverá ficção científica ou descobertas de novos planetas. Apenas combates, tiros e explosões o aguardam em War Tech Fighters.
O game da Drakkar Dev te levará para o meio do espaço com seu robô, para enfrentar as ameaças mais complexas e proteger a sua base. A humanidade está sendo acuada pelo império Zatros, restando apenas duas bases e poucos guerreiros dispostos a lutar pela causa. Assumindo o papel de um destes pilotos, você deve enfrentar essa ameaça e se salvarem da dominação completa.
O gigante de aço
Após a primeira missão que serviria de tutorial, você pode escolher entre três estilos diferentes de mechas para jogar. Hawk é focado no ataque e ideal para quem gosta de tiro, porrada e bomba. Rhino tem uma mobilidade menor, mas é especializado em defesa e uma boa opção para os mais cautelosos. Já para os indecisos ou aqueles que souberem balancear bem os atributos de atacar e defender, temos o modelo Lynx.
Estes robôs te acompanharão por toda a aventura, com várias opções de personalização. Assim que chega na sua base, há centenas de opções diferentes para torná-lo único: cores, texturas, tipo de cabeça, armas, pernas, entre outros. Transformar ele na sua cara é um show à parte, mas nem todas as opções estarão disponíveis logo no início.
Além de ser necessário dinheiro, às vezes muito dele, durante as missões o jogador precisará coletar projetos para construir equipamentos melhores. Outros deles só serão obtidos atingindo certo nível. O que para alguns parece limitação, é na verdade um dos elementos que mais motiva a vencer os desafios. Você vai querer destruir robôs, achar projetos, correr atrás de itens que te darão mais moedas e fazer diversas outras coisas para dar ao seu mecha o que vai do bom ao melhor.
A personalização de War Tech Fighters é um dos maiores destaques, te fazendo passar horas vendo qual fica melhor no mecha. Claro, de forma útil ao combate e também em questão de estilo. Ninguém merece enfrentar ameaças galácticas com um robô gigante mais ou menos, não é?
Bem-vindos à NERV, digo, à colônia
Mexer no robô não é a única coisa que poderá fazer enquanto não está em missão em War Tech Fighters. No simulador, você pode revisitar as aventuras anteriores e, além de conseguir dinheiro, poderá ir atrás de itens que deixou para trás durante os combates. Na área de pesquisa, você completará os projetos e conseguirá diversas novas vantagens para o mecha, desde dar 5% de dano até criação de materiais mais potentes. É um dos recursos mais valiosos que poderá contar durante o gameplay.
Na opção Upgrades você poderá fazer alterações na sua máquina, enquanto que na Database você terá todas as informações necessárias para estar por dentro da ação. Detalhes sobre as motivações dos personagens, as naves e os robôs inimigos vão sendo disponibilizadas conforme você progride na campanha. No caso dos inimigos, é bom dar uma checada para encontrar o ponto fraco daquele robô chato que você sofreu pra enfrentar na primeira rodada.
As missões de War Tech Fighters estão totalmente interligadas na história principal do jogo, portanto as aceitando você é transportado diretamente para o meio do caos. Como bom piloto, pode seguir estritamente às ordens na tela ou, se for explorador como eu, há uma vasta região para dar uma vasculhada e ver se acha algo de interessante.
Para ser bem sincero, o modo de missão chega a ser repetitivo e maçante com o passar do tempo. Ir do ponto A para o ponto B. Destruir uma dezena de naves pequenas até aparecer um robô. Derrotar o robô, ir resgatar algum aliado e missão completa. Não necessariamente nessa ordem. Algumas vezes eles entregam inimigos que surpreendem, como uma gigantesca nave com vários pontos que atiram em você, mas não espere algo muito distinto disso.
Explorando essas áreas, além dos objetos que encontrará para complementar suas pesquisas, há alguns inimigos escondidos e diversos tipos de empecilhos espalhados antes mesmo de aparecerem oficialmente no enredo, entre outras coisas que você pode verificar e analisar com calma. O simulador também oferece bastante desafios que testarão a sua pilotagem e o seu mecha no limite, o que torna o jogo bem interessante quando olhado fora da caixa.
O Lado Sombrio das Cutscenes
Apesar de defender que um bom jogo não se faz somente através de gráficos caprichados, este é um fator que peca bastante em War Tech Fighters. Quando você está enfrentando outras naves ou robôs, é proposta uma finalização com um botão. Ao pressionar o botão, rola uma cutscene que quebra completamente o ritmo do jogo. A tela fica mais turva, os movimentos não são muito bem executados e as explosões te fazem questionar qual geração de console você está jogando.
O próprio game é muito bem executado, com tiros, inimigos velozes, naves atravessando o espaço, aliados indo atrás de oponentes para abater, mas essas animações desanimam em certos pontos. Pelo menos é possível pular estas animações. Os confrontos entre o seu mecha com o do oponente também sofrem com uma mecânica menos eficaz. Podendo desviar, usar escudo e ataques rápidos ou fortes, te lembrará bastante dos Megazords clássicos de Power Rangers, que eram épicos e igualmente desengonçados.
Tirando estes detalhes, War Tech Fighters é uma excelente homenagem ao tema de robôs gigantes na atual geração. Você consegue ver, mesmo que timidamente, elementos que fazem referência à Gundam, Transformers, Evangelion, entre outros exemplos da cultura pop. A ambientação espacial foi construída de forma impecável, trazendo naves rápidas, asteroides e meteoros, planetas e sóis no horizonte e itens escondidos em abundância.
O game é uma ótima retomada do estilo nos consoles atuais e consegue cativar, mesmo com defeitos. Recomendadíssimo para quem deseja destruir algumas latarias em pleno espaço sideral, explorar ou se divertir enfrentando outros robôs.
