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Para começo de conversa, explico o que é Warlock, pois ajudará no entendimento do jogo. A tradução da palavra para o português é semelhante a bruxo, aquele que utiliza da magia como característica primária. Sendo assim, Warlocks 2: God Slayers é um jogo onde os cinco protagonistas são bruxos, cada qual com sua peculiaridade.Há o mago Shax, a guerreira Willow, o centauro anão Cormag, a feiticeira Kheera e a bruxa nerd Jake, todos carismáticos e com feitiços bem diferentes entre si.

Durante pelo menos 15 horas de gameplay – joguei por 18 horas e me encontro perto do fim -, serão visitados três mundos repletos de referências à cultura pop, com diversos inimigos, alguns chefes e muitas side quests, fora a história principal que gira em torno da salvação do universo, sendo necessário para tal o derramamento de algum sangue e o enterro de alguns esqueletos.

Um Action RPG, Warlocks 2: God Slayers se auto intitula como um hack ‘n’ slash 2D, com visão isométrica e gráficos feitos à mão em um estilão 16 bits charmoso. É recheado de bom humor, possui batalhas interessantes e cenários bacanas, e apesar de erros xaropes, foram bons os momentos de jogatina.

Iniciando a jornada

O jogo é continuação de Warlocks vs Shadows, que contou a história de um mundo fantasioso invadido por criaturas das sombras e que foi libertado pelos personagens de Warlocks 2: God Slayers. Hoje muito mais poderosos e preparados para o enfrentamento, passaram desde então a fazer parte da Order of Warlocks.

Imagem do jogo Warlocks 2 God Slayers
Dentre todos, o que mais curti foi Shax e seus poderes sobrenaturais.

Tendo o enfoque da história, mais uma vez, na necessidade de salvar a todos, o buraco desta vez é mais embaixo. Os deuses espalhados pelo universo se tornaram arrogantes e com pouca intenção de ajudar. As cidades continuam tomadas pelos monstros e alguma ação contrária precisa rolar para mudar o andamento das coisas.

É feita então a convocação da Ordem dos Bruxos. Contudo, a maneira como ocorre é diferente: por meio de uma sociedade secreta, cujo objetivo é destronar os poderosos de seus tronos. A maneira como o game é iniciado diverte e apresenta, logo de cara, tudo aquilo que será encontrado. Por meio de um maquiado tutorial, temos o humor refinado, as empolgantes batalhas, a árvore de habilidades e, claro, a história.

Logo depois dos primeiros minutos, é dada a largada na aventura. A primeira missão, assim como a side quest, se dá em um mundo de gelo, onde um povo semelhante aos esquimós precisa de ajuda. Somos enviados para lá por um portal inventado por um cientista, que apesar de ser o cara das poucas palavras, será o dono dos objetivos e grande link entre nosso esconderijo (sociedades secretas exigem um) e a porradaria do lado de fora.

Imagem do jogo Warlocks 2 God Slayers
Bom humor e boas batalhas são encontrados aos montes.  

Do mesmo modo que o início apresenta exatamente aquilo que será encontrado, as primeiras missões também. Sempre, sem exceção, serão iguais: ative X portais, encontre X coisa, derrote X inimigo e no fim enfrente o chefe. A repetição frustrará os que esperam algo mais dinâmico. Entretanto, a mesmice é salva pelas tretas, suas possibilidades, estratégias e os muitos adversários, pontos estes que, então, considero os mais bacanas de Warlocks.

Além disso, são muitas as alternativas de evolução, e mesmo nos modos mais difíceis, não é impossível upar nossos personagens em busca de um melhor resultado nos combates. De poderes sobrenaturais a companheiros de viagem, como uma espécie de porco-cachorro que nos oferece vida, a diversidade aqui encanta e diverte demais.

É bonito e é bonito

Tudo isso escrito acima está envolto de gráficos muito bem trabalhados, onde cada detalhe parece ter sido pensado com calma e feito com muita atenção. Todos os mundos tem qualidade e levam os fãs de 16 bits aos céus. O mesmo acontece com os efeitos das magias dos personagem e inimigos. Tudo é criativo e pincelado com cores que marcam e combinam com o clima.

Imagem do jogo Warlocks 2 God Slayers
Poderiam ter dado uma atençãozinha melhor ao mapa no modo portátil.

Infelizmente, com muitas coisas em tela, lags são comuns – seja pelo modo portátil ou em dock do Switch. Não chegam a travar 100%, mas dão uma leve estressada e frustram o bom ritmo do título. Falando de modo portátil, outra observação: se o mapa ajuda quando Warlock é jogado na televisão, atrapalha na portabilidade. Ele simplesmente enche metade do visor do aparelho da Nintendo.

Diferentemente dos gráficos, quanto ao quesito musical, parece que os desenvolvedores não tiveram muito investimento. Os primeiros minutos são legais e auxiliam na imersão. Depois de um tempo, cansam. Se as trilhas são simpáticas, a curta duração delas, em conjunto do rápido reinício, são um ponto fora da curva.

Escrevo o mesmo para os efeitos de ambiente. Se há chuva, não ouvimos o barulho dela. Se está nevando, não ouvimos o barulho da pisada na neve. E por aí vai. Só se ouvem as batalhas e as magias, de resto é um silêncio ensurdecedor, algo que deveria e poderia ter sido mais trabalhado.

Imagem do jogo Warlocks 2 God Slayers
A música sim é uma minhoca, meu caro amigo. Sem sucesso por aqui.

Entre erros e acertos, a magia rolou

Ainda assim, gostei da experiência com Warlock 2. Foram horas divertidas, recheadas de humor e confrontos de gente grande. Tudo de que um bom RPG precisa será encontrado aqui. Como nada é perfeito, os erros são encontrados e, em alguns casos, poderiam ter sido evitados e trabalhados a fim de dizimá-los – mas nada tão sério.

A viagem por Warlocks 2: God Slayers vale a pena e deve ser encarada por aqueles que curtem ou não o gênero. Ah, ainda é possível jogar em co-op com até quatro jogadores, bem ao estilo das antigas. Boa alternativa!

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