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Uma civilização destruída pelas criaturas das trevas. Caos e tudo devastado por todos os lados. Você cresceu vendo tudo que mais amava se transformando num lugar seco e cheio de escuridão. Nem as pessoas são mais as mesmas. Em YesterMorrow, qual é a única solução que encontramos para resolver isso? Viajar no tempo e ajudar simultaneamente a pequena e a jovem Yui a salvar a realidade deles.

Completamente pixelado e com a possibilidade até de fazer carinho nos cães e gatos que estão espalhados pelo seu trajeto, o game tem um charme incrível que é só dele. A desenvolvedora Bitmap Galaxy teve todo um carinho para que a viagem entre eras fosse menos brusca e que os jogadores aproveitassem mais entre os dois tempos. Porém, nem tudo serão flores para a jornada da garota até seu objetivo.

O fluxo do tempo

Sendo um game de exploração em 2D, é básico acreditar que YesterMorrow terá limites e isso fica óbvio quando começa o jogo. Yui, no primeiro momento, só serve para correr e pular. Para quem está acostumado com os combates no estilo Hollow Knight, Minoria e Vigil: The Longest Night como eu, não vai iniciar essa aventura muito empolgado não, vamos ser sinceros por aqui.

Mas o tempo é a palavra-chave que vai ditar as coisas por aqui. Enquanto alguns desistiriam da aventura no começo e apenas reclamariam, outros seriam persistentes e ganhariam a sua recompensa. A curva do progresso do título trabalha isso de uma forma muito boa e cada descoberta e nova habilidade conquistada se torna um elemento tão animador que você irá desejar usar em tudo.

Imagem do review de YesterMorrow
A vila era um lugar pacato e cheio de vida.

Confesso que o meu momento foi com a bomba de luz. Completamente decepcionado com YesterMorrow e pensando no quanto estava perdendo meu tempo, avancei ainda assim em direção a um dos templos e conquistei esse poder para Yui. E que maravilha, diga-se de passagem. Eu que antes só fugia e pulava de um lado para o outro, agora estava explodindo tudo em meu caminho sem o menor pudor e feliz da vida.

E não é apenas essa parte que abre portas para você e faz você se aprofundar cada vez mais no mundo e no ambiente. Em outros templos, por exemplo, pode encontrar o pulo duplo, capaz de alcançar outros locais que você nem imaginava antes e isso te dará possibilidades que te impulsionará a continuar explorando. Claro, existem vários outros recursos que facilitarão ainda mais o título e trará outros puzzles para te desafiar.

Para mim, a bomba foi o momento de virada. Mas há outros.

Falando nos quebra-cabeças, você os enfrentará bastante vezes. Seja pela sacada de viagem pelo tempo ou no uso de habilidades ou apenas pelo seu nível de inteligência, é algo que vai se deparar com certa frequência. Por aqui você é testado o tempo todo e, apesar de não ser nada digno de você se descabelar, é bom prestar atenção que alguns poderão e irão te levar ao seu limite.

E eles não se reservam apenas ao seu progresso perante o cenário. Cada chefão que encontrar tem uma charada para derrotá-lo, vamos citar por exemplo o primeiro deles, uma minhoca gigante que está devorando uma das principais árvores que cobrem o templo do tempo. Como você faz para derrotar uma criatura gigantesca sem poder nenhum de ataque e só podendo pular e correr? Para complementar, se encostar nela, perde corações. E aí, como faz?

Imagem do review de YesterMorrow
Enfrenta o bichão sem arma se tiver coragem.

Lentidão em YesterMorrow

Estes pequenos detalhes do mundo de YesterMorrow vão te deixando ainda mais curioso de como será o próximo e se você terá a inteligência e sagacidade necessária para avançar. Mas não se engane achando que será apenas isso, suas habilidades como jogador também fazem parte do pacote e não adianta nada descobrir o que fazer, mas não conseguir reproduzir isso na tela.

Porém, esse avanço lento e sem muitos atrativos é uma grande armadilha para os mais desmotivados. Se você não sabe o que vai encontrar, poderá facilmente perder a vontade de jogá-lo. A Bitmap Galaxy se arriscou bastante para tornar esse processo em algo recompensador, mas muita gente evitará de pegar o game justamente por esse fator. Uma pena, até porque estariam perdendo uma oportunidade de ouro de ver algo que vale a pena.

Vai demorar para estar num estágio satisfatório do jogo.

Também admito não ter sentido a menor empatia com a família de Yui, a protagonista do game. Não consegui me conectar em nenhum momento com a motivação dela, principalmente por uma grande ausência de um background bem-trabalhado entre elas. Completando, a partir do momento que o irmão e a mãe são raptados pelas criaturas das trevas e eu consigo visitá-los no passado, o peso daquilo não se torna algo que eu queira resolver de imediato, sabe?

E por mais que seja o elemento central de YesterMorrow, queria ver mais impactos da viagem no tempo. No início, eu era obrigado a tomar certas ações na vila e viajar para o futuro para ver o desdobramento daquilo e colher o que era necessário para o sucesso da minha missão. Depois isso se torna só um elemento passageiro dentro das dungeons e que acaba nem sendo algo tão importante dentro do enredo.

Imagem do review de YesterMorrow
A empatia com a família de Yui não veio.

Ele acaba não sendo um jogo longo, mas que irá te prender por tempo suficiente enquanto tenta desvendar e passar pelos desafios. Morrer nos conflitos nem chega a ser um problema muito grande também, o respawn é basicamente imediato no último ponto salvo e você nem perde o ritmo da ação. Salve algumas exceções, como as batalhas contra os chefões, afinal de contas aqui também não é festa.

Apesar da versão de PlayStation 4 ser extremamente fluída e completamente funcional, muitas pessoas estão reclamando da performance dele no Nintendo Switch e alegando que falta uma boa atualização para consertar o jogo e torná-lo funcional. Se você tem o híbrido como seu videogame principal, recomendo aguardar por um patch que corrija os erros antes de mergulhar na aventura.

Imagem do review de YesterMorrow
A performance no PS4 é ótima, já no Switch…

No PS4 não enfrentei nenhum problema, seja com os confrontos, exploração, resolução de puzzles e todos os recursos que o game oferece funcionando de forma perfeita. Tanto que algumas cenas impressionam e são um verdadeiro deleite no meio da ação e dentro do próprio gameplay, sem estarem envolvidos nas curscenes.

YesterMorrow não trará nenhuma novidade para quem já está acostumado com a chuva de jogos indies que vieram nos últimos anos, porém ele tem uma força em seu charme que acabará te atraindo de uma forma ou de outra. Super recomendado para quem curte histórias de viagem no tempo e nos impactos causados por suas próprias atitudes do passado moldando o futuro de forma clara.

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