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Zone of the Enders e Metal Gear Solid nasceram do mesmo criador, Hideo Kojima. Entretanto a fama e qualidade dos jogos do amado Solid Snake são bem maiores se comparado ao Mechwarrior-like. “M∀RS” é um remake de Zone of the Enders: The 2nd Runner (2003), que agora conta com upscale para 4k, a possibilidade de jogá-lo em Realidade Virtual e melhorias no som. Talvez a maior novidade seja mesmo a portabilidade para VR, que possibilita controlar o mech vendo por dentro dele, um sonho para os fãs da franquia.

Levando em conta a escala dos robôs de Zone of the Enders é de se esperar uma imersão magnífica, mas como temos aqui um jogo não concebido originalmente para funcionar em VR, o que sobra é uma experiência sem muita utilidade. Legal no início, com vista bonita de dentro do robô, e nada mais. Caso nunca tenha jogado Zone of the Enders na vida, não espere uma trama tão elaborada quanto as de Metal Gear Solid. Como foi minha primeira vez com Zone of the Enders: The 2nd Runner MARS, fiquei decepcionado com a história monótona e bastante salpicada durante os combates. Tive dificuldades em prestar a atenção nos diálogos, ainda que fossem descartáveis.

Imagem do jogo Zone of the Enders: The 2nd Runner MARS
Oh loco, achei que meu robô fosse maior que esse outro aí.

Jogamos como Dingo, um minerador reformado de um antigo exército chamado BAHRAM. Durante seu trabalho ele encontra Jehuty, um mech bastante conhecido e poderoso. Dingo então é atacado pelas forças do BAHRAM e se vê obrigado a usar Jehuty para se defender. Após a luta segue então o inicio da trajetória de Dingo para descobrir uma história de traição e descobertas sobre o exército e seu temido mech e líder Anubis, controlado por Norman. A idade de Zone of the Enders: The 2nd Runner fica clara quando analisamos a sua estrutura gráfica: em todos os momentos encontramos locais sem detalhes, estruturas retas e sem contornos, inimigos quase que retangulares e movimentos poucos fluidos e bastante limitados.

Segue em frente e macera o botão

Ter uma visão de dentro do robô e conseguir lutar ao mesmo tempo é algo que ainda será um desafio para os desenvolvedores amantes de mechs. Em Zone of the Enders: The 2nd Runner MARS é limitado a mover sua cabeça para ver ao redor e ao mesmo tempo se torna dispensável tal movimentação em um jogo que basicamente apertamos a trava de mira para fixar no inimigo e ficamos apertando o botão de tiro e espada para matar os adversários.

Por falar em comandos, temos apenas um impulso para mover mais rápido, subir e descer, movimentos robóticos e nada fluidos com o direcional e o botão de tiro, trava, escudo, agarrar e lançar. Parece muito escrevendo mas é pouco para atual conjuntura da nossa realidade de games e principalmente para o universo VR.

Imagem do jogo Zone of the Enders: The 2nd Runner MARS
As cenas animadas continuam presentes, embora não com tanta qualidade assim.

Cada fase progride de forma linear: passamos por hangares vazios e corredores onde qualquer coisa que se mova deva ser destruído de forma bastante repetitiva. O jogo se baseia em hangares com mudanças sutis de inimigos e cenários onde destruímos os inimigos para que cheguemos em alguns chefões. Talvez o mais bonito de todos seja o Anubis, o grande chefão, esse sim um mech bem feito no jogo.

Talvez o melhor do game sejam as batalhas com os mechs mais poderosos. Porém a movimentação rápida e uso desenfreado dos mesmos ataques fazem com que o jogo fique maçante depois de um certo tempo. Em alguns momentos eu senti que poderia ficar apertando o botão sem nem ao menos olhar pra tela e mesmo assim eu sairia vencedor. O estilo hack and slash do jogo é o que comanda o gameplay, onde o raciocínio de suas ações fica em secundário.

Imagem do jogo Zone of the Enders: The 2nd Runner MARS
Anubis, o mech mais descolado do game.

O modo VR é totalmente opcional, já que a imersão proporcionada é limitadíssima. Fazendo um pormenor sobre o estilo de jogo mechs, sempre jogamos eles na terceira pessoa como visão de jogo. Isso torna a possibilidade de ver o movimento dos braços e suas armas de forma mais clara e ao mesmo tempo mirar e movimentar. O modo em primeira pessoa proporcionado pelo VR seria ideal se pudéssemos usar o tracking completo de nosso corpo para controle de todos os aspectos do robô, lembrando que ainda assim teríamos um problema de movimentação.

Apesar da portabilidade para VR, upscale nos gráficos e melhorias no som, o jogo continua o mesmo. O modo cinema, que significa estar com o óculos do PSVR para assistir animações num grande telão suspenso, foi uma péssima decisão de VR (mesmo não havendo outra solução). A Konami poderia ter melhorado o jogo e não apenas portado ele pra VR, como ficou bem evidente. Para os amantes do Kojima e saudosistas, talvez seja um ótimo jogo. Já para os amantes de Mechwarrior e Gundam, talvez ficarão decepcionados pela simplicidade e falta de ambição com o game. Se ao menos os gráficos fossem mais caprichados e a visualização do mech na execução de alguns movimentos em VR fossem melhor elaboradas, eu certamente o recomendaria pra todo mundo.

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