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Na última quarta-feira (31), o Gamerview teve o prazer de visitar o escritório da Kinship, localizado no bairro Pinheiros em São Paulo. A Kinship é uma desenvolvedora independente que a quase dois anos vem trabalhando em seu ambicioso projeto, chamado Skydome. Batemos um papo bem legal com o assessor Túlio Rodrigues (Rosa Arrais) e o coordenador de marketing Matheus Zanetti, e também tivemos a oportunidade de provar um pouquinho desse jogo que tanto promete.

Skydome já estava em produção quando a Kinship ainda era sediada em um cubículo no Butantã e contava com apenas 6 membros. Com um protótipo produzido na correria de 4 meses eles conseguiram expor a premissa de seu jogo na Brasil Game Show 2016. Skydome é, nas palavras dos próprios desenvolvedores, um Action-Tower Defense Multiplayer, onde você automaticamente pensará “o nome disso é MOBA”, porém os criadores acham o termo MOBA muito generalizado e preferem não rotular seu game nesse gênero. A maior inspiração para o nascimento do projeto foi um mod de Warcraft 3 chamado Hero Line Wars, que colocava times de jogadores para dominarem a base um do outro, porém não do jeito convencional. Cada time defendia sua própria base e deveria impedir que suas torres fossem destruídas pelos minions do time adversário, então você simplesmente enviava seus minions para atacar a base adversária e defendia a sua base dos minions inimigos. É um gameplay puramente estratégico e ao mesmo tempo intenso, pois não dá tempo nem de piscar o olho quando se está jogando isso.

Segundo Matheus, essa foi a inspiração primordial para a criação de Skydome, pois todos os membros da Kinship jogavam esse mod e ainda não tinham encontrado um substituto à altura atualmente, um jogo que carregasse as mesmas mecânicas e os mesmos conceitos. Após uma recepção positiva do público na BGS, eles tiveram toda a injeção de ânimo necessária para cair de cabeça no projeto. Hoje a Kinship trabalha em um escritório muito maior e conta com 17 funcionários. Nem todos são formados em áreas voltadas para games, mas a grande maioria já produziu jogos antes e sabe muito bem o que está fazendo ali.

Agora sobre o jogo, este que vos fala teve a oportunidade de jogar duas partidas onde todos os outros jogadores eram os próprios desenvolvedores, então desde já peço perdão aos que ficaram no meu time. Skydome te coloca em partidas de 4 contra 4, onde você primeiro decide por qual lado mandará seus minions e que tipo de minion mandará para atacar a base inimiga. É possível checar um mini mapa para saber onde os jogadores estão concentrados e bolar uma estratégia que consiga desestruturar todo o time adversário e pegá-los de surpresa. Em sua fase atual, o game conta com três tipos de minions: um Melee, um Tank e um Ranged. Cada jogador no seu time pode escolher o lado em que vai atacar e enviar um tipo de minion diferente, então ter um bom entrosamento com seu time e bolar estratégias com o mesmo é primordial para se sair vitorioso em todas as partidas.

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Os personagens são divididos em facções, onde até o momento apenas cinco estão disponíveis, esses que formam os Filhos da Forja: Kreg, Krub, Sula, Groma e Hulgur. Cada um possui sua especialidade e suas próprias skills, assim como cada um possui um tipo de intervenção diferente – o diferencial de Skydome em relação à sua inspiração. Essas intervenções são habilidades especiais que prejudicam o time adversário de algum modo, seja confundindo os comandos dos jogadores, enviando monstros mais fortes, plantando armadilhas, e a lista continua. Isso não só serve pra atrapalhar mas também pra desestabilizar psicologicamente todos os jogadores afetados, porque eu mesmo sempre que era atacado pela confusão entrava em pânico e não fazia nada direito.

O objetivo principal dos times é chegar até o artefato do time adversário e destruí-lo, o que te garante a vitória, porém não é tão simples quanto parece. A arena conta com 6 torres igualmente distribuídas até que se chegue no portão que protege o artefato. Você deve mandar seus minions e apertar o cerco pro outro time, de modo que os minions dominem as torres adversárias e passem a spawnar de lá, assim dificultando ainda mais a vida de quem está lá tentando defender. Chegando no portão, é necessário quebrá-lo para que assim o cerco se feche de vez e o ataque ao artefato se inicie. É tudo muito rápido e frenético, e como dito antes, o desespero toma conta de quem ainda está começando a se aventurar no jogo.

A base de Skydome já está bem sólida e tudo que tive a oportunidade de testar está muito funcional, com exceção de alguns bugs que são super comuns em fase de desenvolvimento. A jogabilidade é simples e só é estranha na primeira partida, quando estamos aprendendo como o jogo funciona. Depois, tudo se torna intuitivo até demais e você só quer continuar jogando e massacrando aqueles monstrinhos coloridos. Skydome ainda terá um tempo considerável de produção, e podemos esperar muita coisa vindo por aí. Até seu lançamento, que não tem data definida, os desenvolvedores farão vários testes para garantir que tudo está funcional e otimizado, para aí sim lançar seu promissor jogo no mercado brasileiro e internacional.

O estúdio pode ser indie, mas com certeza a Kinship tem uma base muito legal e todo o potencial do mundo para fazer um grande jogo multiplayer com tudo que precisa para ficar ativo por anos. O game contará com dublagens em português e inglês, e com vozes conhecidas: no elenco estão confirmados dois dubladores de Dragon Ball. Se você ouvir a voz do Freeza ou do Mr. Satan enquanto joga, não é mera coincidência. Por enquanto os planos de lançamento do Skydome se limitam apenas ao PC, mas o Matheus nos deixou em aberto sobre um possível lançamento nos consoles. Tudo que eles querem é primeiro lançar o jogo da melhor maneira possível no PC para só depois começar a portarem para os consoles de mesa.

Agradecemos a Kinship pelo convite e por nos receber em seu QG, e acompanharemos de perto todo o progresso de Skydome. Apesar do mercado nacional de games ainda estar engatinhando, aqui temos a prova de que com o empurrãozinho certo e toda uma força de vontade, os jogos brasileiros não ficam atrás de nenhum outro produzido por equipes estrangeiras maiores e com muito mais capital. Fiquem ligados no Gamerview para saber mais sobre o Skydome. Se tiver a oportunidade de ir na BGS deste ano, procure a estande deles que com toda certeza estará maior que a do ano passado e com o dobro de conteúdo. Sucesso para a Kinship e o seu Skydome!